O Blog da Cidadania editado pelo Eduardo
Guimarães, obteve
do engenheiro de som e produtor de áudio Guilherme Gama, da Dope Áudio Design,
versão “tratada” e melhorada do áudio da conversa entre o presidente Michel
Temer e o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS.
Segundo
o técnico, muita coisa foi comprometida no áudio divulgado pela Globo porque
foi gravado com microfone de lapela, que se coloca embaixo da roupa. Mas grande
parte da gravação pôde ser melhorada.
Há
vários trechos nos quais o Temer fala bem baixinho, denotando que não queria
ser ouvido.
O
áudio analisado parece ter sido editado em mais de um ponto. A análise dos
“timecodes” (“minutagem” do vídeo) mostra que a maioria dos sites que
publicaram o áudio usaram a mesma versão.
O
perito em questão tratou a gravação em um programa de edição de áudio a fim de
eliminar ruídos e destacar a frequência em que as vozes atuam, a fim de elevar
seu volume. Em algumas partes do vídeo deu certo.
O
técnico ainda informa que conseguiu “nivelar” o volume das vozes dos dois
locutores da gravação em tela, a fim de compensar o tom mais baixo que Michel
Temer imprimiu à sua fala em contraposição à voz mais alta e decidida de
Joesley.
Graças
a isso, partes do áudio que estavam inaudíveis agora podem ser compreendidas.
Já
no início da gravação, Temer diz a Joesley que a versão de Dilma Rousseff e de
seus apoiadores de que ela sofreu um golpe, não colou. Temer diz que “ainda
bem” que tem muito apoio no Congresso e muito apoio da imprensa. E que a
economia está “dando certo” em “seis meses de governo”, apesar de estar no
cargo há um ano e um mês.
Detalhe:
Temer e Joesley dão sorrisinhos quando o presidente diz ter “apoio da
imprensa”.
Por
bons minutos Temer se gaba para Joesley pela retirada de direitos e supressão
de gastos sociais. Os dois interlocutores afirmam que Temer fez tudo “muito
rápido”, no que estão cobertos de razão.
Mais
adiante, Temer se gaba por Moro ter indeferido “21 perguntas dele [de Eduardo
Cunha]”, perguntas que, respondidas por Temer, indicariam suas relações
impróprias com um agente privado investigado pela Lava Jato.
Joesley
diz que está “de bem” com Eduardo [Cunha] e Temer responde que “tem que manter
isso”.
Joesley
diz a Temer que está “meio enrolado” porque está sendo investigado e “ainda”
não foi denunciado.
Josley
diz a Temer que “deu conta” de dois juízes e que está para “dar conta” do
procurador que estava atrás dele e que isso tem um “lado bom” e outro “ruim”.
Dali
para frente, Joesley relata a Temer como está conseguindo controlar a
investigação no Ministério Público.
Enfim,
está tudo muito claro. A relação imprópria de Temer com Joesley Batista é inquestionável.
Foi relatado um crime ao presidente da República. O empresário em questão não
explica como “deu conta” das autoridades que o investigam, mas isso não é muito
difícil de descobrir.
Mais
adiante, Joesley também se gaba de sua “boa relação com a imprensa”.
O
fato mais inquestionável agora é que a maior clareza desse áudio gera além do
que está sendo dito por aí sobre Temer ter no mínimo prevaricado, agora o
presidente da República revela uma sua parceria com a imprensa que já vinha
sendo cantada em verso e prosa nas redes sociais e blogs.
Por
que não me surpreendo? Aliás, quem é, de fato, imprensa “chapa-branca”.
Enfim, ouça o
áudio “tratado”
pelo engenheiro de som Guilherme Gama, da Dope Áudio Design.
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