Nota da CBJP sobre o Momento Atual
Para onde vamos?
A Comissão
Brasileira Justiça e Paz (CBJP), frente à grave situação político-econômica
brasileira, conclama ao diálogo e à busca de soluções democráticas que
preservem as conquistas e os direitos do nosso povo.
Democracia
é respeito à vontade do povo; as recentes pesquisas expressam com clareza a
vontade dos brasileiros/as diante das perplexidades que afligem a nossa grande
Nação.
O processo
de impeachment contra a presidente democraticamente eleita foi instaurado com
argumentos jurídicos que veem sendo refutados por técnicos do Senado Federal,
por parecer do Ministério Público Federal (MPF) e especialistas internacionais
em recente evento realizado no Rio de Janeiro (Tribunal Internacional pela
Democracia no Brasil). Para onde vamos?
Estamos
diante do conflito de dois projetos de sociedade: os que defendem a
continuidade da Presidente eleita, superando o impeachment e os que defendem
que o vice-presidente assuma de modo definitivo a direção do Brasil.
O que incluem os dois projetos,
para além das pessoas que se dispõem a assumi-los? Quais as prioridades na
perspectiva da atenção à maioria da população, sobretudo os mais pobres?
O governo
interino, assumido pelo vice e sua equipe, anuncia medidas, em várias esferas
da vida da população, que apontam para o retrocesso nos direitos arduamente
conquistados: educação, saúde, cultura, previdência social, direitos humanos,
comunidade negra, populações indígenas, mulheres, a liberdade de expressão e de
organização. Mais uma vez na história brasileira a conta da crise é depositada
nos ombros dos mais necessitados, das maiorias desprotegidas.
Estamos vivendo momento de
angústia e tristeza. Sentimo-nos em sintonia com o Papa Francisco que já tem
manifestado preocupação com o processo político brasileiro. No entanto, a
Esperança continua nos iluminando e nos levando à ação.
A Comissão
Brasileira de Justiça e Paz tem se empenhado em dialogar com os movimentos
sociais e os agentes públicos, principalmente os Senadores da República.
Sua
conclusão é que o processo de impeachment em andamento não responde aos anseios
mais profundos do povo brasileiro. No entanto, se empenha na construção de uma
saída para a crise, negociada com todos os setores sociais, exigindo que sejam
garantidos os direitos humanos e sociais da população, consciente do que nos
diz a Palavra de Deus: “Deus ouviu os clamores do seu povo”.
Brasília, 09 de agosto de 2016.
Brasília, 09 de agosto de 2016.
Carlos
Alves Moura
Secretário Executivo
Comissão Brasileira de Justiça e Paz
Secretário Executivo
Comissão Brasileira de Justiça e Paz
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