Na Venezuela, Pimenta denuncia o Golpe no Brasil e
defende presidência rotativa do Mercosul aos venezuelanos
Diante da recente onda de golpes na América do Sul
contra governos progressistas, iniciada em Honduras, em 2009, passando pelo
Paraguai, em 2012, e agora no Brasil, e da intensa campanha midiática contra os
projetos da esquerda, o deputado Paulo
Pimenta (PT-RS) participou de atividades esta semana na Venezuela
para reafirmar a luta pela democracia na região e o respeito à soberania
popular dos governos legitimamente eleitos.
Em entrevista à rede de televisão Telesur, Pimenta
declarou que o Brasil “está vivendo uma quebra da normalidade democrática”, e
defendeu a garantia do mandato da Presidenta Rousseff, lembrando que ela foi
eleita com mais de 54 milhões de votos. “O golpe no Brasil tem um evidente
interesse econômico, mas não é um golpe isolado. Há uma articulação
internacional para desestabilizar a democracia e os governos progressistas em
toda América do Sul”, assegurou Pimenta.
Em encontro com o presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, Pimenta demonstrou preocupação com as articulações do interino José
Serra para impedir que a Venezuela assuma a presidência do Mercosul. Na semana
passada, Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso procuraram o
presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, para suplicar que a presidência do bloco
não seja transmitida à Venezuela.
Segundo Pimenta, o boicote proposto por José Serra
seria para beneficiar petroleiras americanas, às quais José Serra tem fortes
relações, como já revelado por documentos do WikiLeaks. “Recentemente, a Exxon
Mobil descobriu uma reserva de petróleo no mar próximo à Guiana.
Historicamente, existe uma disputa entre a Venezuela e a Guiana sobre limites
de fronteira, e enquanto esse limite não se resolve, há uma resolução
internacional para que ninguém possa explorar recursos naturais naquela região.
E um dos objetivos do golpista José Serra, que advoga pelos interesses
americanos, é impedir que a Venezuela assuma a coordenação do Mercosul, pois
essa questão será tratada, em um primeiro momento, de maneira arbitral, pelo
bloco”, explica Pimenta.
Ao presidente Maduro, Pimenta informou que, no
Brasil, as articulações para entregar o petróleo brasileiro às petroleiras
americanas também são bancadas por José Serra desde a entrada do governo
golpista. Na semana passada, um projeto dele foi aprovado em Comissão Especial
da Câmara para abrir a exploração do pré-sal para as multinacionais e retirar a
Petrobras das operações do pré-sal.
Reservas – Atualmente, o Brasil é o 14º país com a
maior reserva de petróleo do mundo. Com a descoberta do pré-sal, o Brasil
poderá passar a ser o terceiro país com as maiores reservas mundiais, atrás
apenas de Venezuela e Arábia Saudita. No mundo todo, países que possuem grandes
reservas controlam suas próprias riquezas, tanto que cerca de 90% dessas
reservas estão em mãos de estatais, explica Pimenta. “Por que seria um bom
negócio para o Brasil andar na contramão do mundo e entregar o controle de suas
próprias riquezas?”, questiona o petista.
Segundo o parlamentar, com Lula e Dilma, o Brasil
se tornou uma das maiores economias do mundo, e com a descoberta do pré-sal o
país tinha a garantia de um salto em saúde e educação e de um grande volume de
investimentos pelas próximas décadas. “Mas agora tudo está ameaçado pelo
projeto entreguista dos golpistas, defensores da desigualdade social”, alerta
Pimenta.
Assessoria Parlamentar
Foto: Arquivo Pessoal
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