A lógica da demissão de Villa da Veja
Por Paulo Nogueira
Pessoas como Marco
Antonio Villa infestaram as redações das grandes empresas jornalísticas desde
que o PT ascendeu ao poder.
Elas foram
recrutadas com um único propósito: ajudar os barões da mídia a tirar o PT do
poder.
Isto conseguido,
elas perdem a valia. Já não servem para nada. É mais ou menos como Cunha: ele
foi protegido pela imprensa — e pelo STF — enquanto teve serventia, até o dia
da admissão pela Câmara do processo de afastamento de Dilma.
Depois foi jogado
aos lobos.
É dentro dessa
lógica que se deve ver a demissão de Villa da Veja. Como historiador, ele
ofereceu ao público da revista uma contribuição extraordinariamente rasa da
história contemporânea nacional.
Mas como caçador
de petistas ele se superou. Tornou-se monomaníaco em relação a Lula, sobretudo,
a quem foi ofendendo cada vez mais, ao longo dos anos, até ser processado e
pensar melhor nos insultos que proferia.
Ele, para a Veja,
não serve mais para nada.
É uma tendência
que o exército antipetista montado pela mídia plutocrática comece a ser
dissolvido agora.
As empresas
comportam-se assim. Do ponto de vista administrativo, contratam especialistas
em marketing quando têm que crescer. Trocam-nos por especialistas em finanças
quando se trata de amarrar os cintos. Cada ciclo é cada ciclo. São as sístoles
e as diástoles, na frase marcante do general Golbery.
Villa se comportou
com deselegância ao anunciar sua saída. Lembrou que a Veja está passando por
uma crise econômica terrível. É verdade. Mas mesmo assim a revista poderia
perfeitamente bancar o frila de Villa na TVeja. É pixuleco perto das demais
despesas da Abril.
Villa falou
bobagem também. Disse que suas aparições na TVeja foram campeãs de audiência.
Ora, ora, ora.
A TVeja é um
antiexemplo. É uma mostra da dificuldade brutal que empresas tradicionais de
mídia têm ao fazer qualquer coisa na internet.
No YouTube, vá ao
canal da TVeja e verifique as visualizações, se tiver disposição. É uma
miséria. Ou alguém acha que os internautas suportam uma conversa imóvel de uma
hora entre pessoas como Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e o próprio Villa?
Villa não levou à
TVeja a profundidada, a inteligência, a sofisticação de raciocínio que se
deveria esperar de um historiador.
Levou burrice,
ignorância e o preconceito típicos de ativistas de direita.
Seu legado, de
zero a cem, não chega a ser zero. É abaixo de zero.
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