Um governo de delinqüentes e esculachados


Confesso-lhes,
honestamente, que nem nos meus piores pesadelos cheguei a sequer sonhar que
esse governo interino poderia ser tão ruim, tão deletério e vexaminoso para o
país como está sendo, de fato.
Mais
parece uma tragédia anunciada, ou um trágico acidente. Mas daqueles muito
graves, que pode levar o Brasil ao desastre – e até mesmo à ruína. E uma
tragédia, ou um trágico acidente, como bem nos ensinam os especialistas em
segurança, nunca ocorre por uma falha isolada, mas sim devido à soma de vários
problemas e/ou fatores.
Vejamos
então alguns desses fatores, que ora somados podem nos conduzir, de modo
diligente, à ruína:
1º:
Ocorreu um traumático impedimento da presidente da República. E esse
impedimento deu-se, como se sabe, por intermédio de uma associação entre o seu
então vice, Michel Temer, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mais
toda a canalha do PMDB e política em geral, reunida em um agrupamento de três
centenas de deputados e algumas dezenas de senadores, cujas “qualidades” vimos
ao vivo e em cores na TV, num deplorável espetáculo, e seguimos acompanhando,
todos os dias, por intermédio do noticiário político-policial: a deputada
fulana foi denunciada (e o marido preso), sicrano foi delatado pelo operador
tal, beltrano foi preso... E por aí segue a quadrilha.
Anarriê! A
quadrilha “dança”.
2º:
Eduardo Cunha, que acolheu o pedido de impeachment, como também já é de
conhecimento público, foi definido como um “delinquente” pelo Procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, e está na iminência de ser preso – ele, a esposa e
filha. Desgraçadamente.
3º: O
vice-presidente que tramou o golpe, hoje presidente interino (!), foi delatado
por mais de um “cagueta” premiado na Operação Lava Jato. E corre o risco de ser
delatado por novos “operadores”, futuros alcaguetes, presos recentemente.
4º: Seis
ou sete ministros (ou secretários) desse governo interino, que aí está, já
foram defenestrados (já até me perdi nas contas). Pois que também foram
denunciados na Lava Jato. Dá quase que a média de um ministro defenestrado por
semana.
Cá entre
nós, como diria o outro, isso é uma vergonha!
É
embaraçoso, constrangedor, deprimente.
Dá a
impressão que um bando de “delinquentes”, de supostos criminosos, derrubou uma
presidente legitimamente eleita, tida e havida como honesta, e sobre a qual não
pesa nenhuma acusação na Justiça. Pelo menos até o presente instante em que
digito esse texto.
É apenas
impressão minha ou o retrato/cenário (desolador) é esse mesmo?
E lhes
digo ainda um pouco mais: esses políticos que aí estão, usurpadores do poder
constituído, não são criminosos apenas porque supostamente receberam propinas e
desviaram recursos públicos escassos.
Não.
São
criminosos, também, e principalmente, porque conspiram e atentam contra o
progresso do país. Contra os avanços sociais, conquistados, a duras penas, nos
últimos 30 anos.
São
criminosos porque, privatistas e entreguistas, conspiram e atentam contra a
República e os direitos sociais do povo brasileiro.
São
criminosos porque conspiram e atentam, às escâncaras, sem pudor ou vergonha,
contra a educação e a cultura.
São
criminosos porque conspiram e atentam contra o respeito à diversidade; contra o
respeito aos homossexuais e aos transgêneros.
Porque
conspiram e atentam contra os direitos dos trabalhadores, conquistados por
lutas e greves, que se consolidaram aos poucos, depois de décadas de muita
mobilização e lutas.
Porque
conspiram e atentam contra os movimentos sociais e suas reivindicações
mais básicas (e justas).
Estes são
seus verdadeiros, indefensáveis e imperdoáveis crimes.
Não à toa,
certamente como consequência de todos esses crimes e atentados, são apupados e
esculachados, quase que diariamente, nas ruas, praças e aeroportos por todo o
país – e até mesmo no exterior.
E não
importa se você é considerado [ou se/lhe define(m)] como um(a) “coxinha”, um(a)
“trouxinha”, um(a) “escondidinho(a)” ou mesmo um(a) “petralha” ou um(a)
“tucanalha”.
Você
também tem a obrigação e o dever de estar indignado com esse estado de coisas.
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