terça-feira, 19 de junho de 2012

Sobrou para o cachorro !!!



O gráfico Benedito Aparecido Rigoberi, amigão do nosso colega Álvaro Cleto, finalmente conseguiu realizar o sonho da sua vida: comprou um carrinho. Uma Brasília de trigésima mão, derrubadona mas, que, segundo o novel adquirente, “dava pro gasto”.
      Para adquirir a infeliz da Brasília, Rigoberi fez um acordo com o patrão: saiu do emprego e pegou a grana do FGTS. Estava feliz da vida e ainda com um dinheirinho sobrando no bolso para dar “um banho de loja” no carango.
      Mas, aí, Rigoberi enfrentou o primeiro problema pós-aquisição da Brasília: sua casa não tinha garagem e o carro teria que “dormir” na rua. Onde ele morava (hoje não mora mais, por motivos óbvios), os ladrões não davam (como ainda hoje não dão) a menor colher-de-chá. Deitam e rolam na maior... Aí, o Álvaro Cleto encontrou a solução para o problema do amigo:
      - Compra um cachorro, bicho! Mas não um cachorro qualquer! Tem que ser um cachorrão, desses que matam bandidos... no dente!
      Rigoberi comprou um cachorrão. Um pastor alemão que, aliás, custou mais caro que a Brasília. E o que ele fez, assim que tomou posse do cão? Atou uma longa corrente no pescoço do animal e, de noite, amarrou-a no para-choque do veículo, com direito a cadeado e tudo o mais. Foi dormir sossegado. Qual ladrão ousaria furtar-lhe o bem precioso com uma fera daquelas tomando conta?
      De manhã, quando acordou, o gráfico quase teve um infarto. O cão havia sumido misteriosamente e o carro continuava no mesmo lugarzinho, intocado; a corrente do cachorro tinha ido com ele. Pregado no para-brisa havia um bilhete, vasado nos seguintes termos:
      “Obrigado pelo cachorro. Quanto ao carro, pode jogá-lo no lixo. – Ass.  O ladrão”.
      Revoltadíssimo, Rigoberi derramou gasolina na Brasília e acendeu um fósforo. Tremendo fogaréu!

Fonte: Ailton Villanova, colunista do Jornal Tribuna Independente da cidade de Maceió, capital de Alagoas

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