Presidente Lugo surge em
manifestação e alerta para volta da ditadura no Paraguai
Presidente cassado
disse que líderes do Brasil, Argentina e Uruguai são amigos e que
aceitou o veredicto do Congresso para evitar violência
Centenas de manifestantes que se
reuniram em frente a TV Pública do Paraguai, protestando sobre a
suposta censura que a emissora teria sofrido, foram surpreendidos
pela repentina aparição do ex-presidente Fernando Lugo, que sofreu
um impeachment decidido em pouco mais de 24 horas.
Segundo informações do jornal
paraguaio ABC, em meio a
seguidores e flashes de câmeras, por volta de 0h15 (1h, em
Brasília), Lugo fez um discurso.
"Aceitei o veredicto injusto
daquele parlamento pela paz e pela não violência", afirmou o
ex-bispo, acrescentando que tinha informação de que um grupo
preparava algo parecido com o ocorrido em 1999, quando sete jovens
foram mortos por atiradores no Congresso, episódio que ficou
conhecido como "março paraguaio".
Lugo disse que os presidentes de
Brasil, Argentina e Uruguai são amigos do Paraguai e alertou para o
"retorno da ditadura" no país. "A comunidade
internacional vê com objetividade e serenidade o processo aqui no
Paraguai. Vocês têm noção de que nossos amigos, os presidentes do
Brasil, da Argentina, do Uruguai, estão retirando seus embaixadores
daqui", disse o ex-presidente.
"Mesmo o Paraguai sendo um país
mediterrâneo, o governo está ilhando o nosso país. Eles serão
responsáveis pela pobreza e pelo retorno da ditadura ao Paraguai."
O presidente cassado reafirmou que
não apesar de se retirar da presidência, não renunciaria como
cidadão paraguaio. "Eu sou um cidadão comum que foi honrado
por decisão popular, no dia 20 de abril de 2008. Os órfãos do
futuro, os órfãos da democracia, os órfãos da cidadania mudaram a
vontade do povo."
Ele afirmou também que, uma vez que
a nação "pede" que seja feita uma greve pacífica, ele,
como cidadão paraguaio vai se juntar a essa greve.
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