sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

CRISE EUROPEIA OU DO CAPITALISMO?


A temática que tem pautado a chamada grande mídia nacional e internacional, a título de exemplos, a Folha de São Paulo, Le Monde e Le Figaro, é a crise financeira e econômica instalada nos países europeus. E, curiosamente, deixam de lado a situação estadunidense e a relevância da economia oriental.
Para leitores, ouvintes e telespectadores poucos afeitos ou habituados a análises críticas da realidade, as informações midiáticas têm deixado-os perplexos diante das manchetes e comentários jornalísticos sobre essa problemática. Entretanto, provoca mais impacto ainda, nos setores com sensibilidade intelectual mais apurada, as análises ditas econômicas.
Não  é preciso ir muito longe, mas na década de 1980, os mesmos jornalistas e comentaristas (expertos em comunicação) comentavam sobe a realidade mundial, destacando o atraso das economias nacionais dos países latino-americanos e ressaltando os blocos econômicos asiático, europeu e da América do Norte, leia-se Tigres Asiáticos, União Europeia e Nafta.
Nesse contexto, conclamavam como tábua de salvação para as economias de países como o Brasil, a necessidade de abertura ao capital financeiro internacional e aos produtos importados dos grandes centros industrializados, localizados principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
Em 1989, dois grandes eventos marcaram o cenário internacional: o fim do bloco soviético, simbolicamente estilizado com a chamada queda do muro de Berlim, e, no mesmo período, o denominado Consenso de Washington, reunião de tecnicistas americanos que elaboraram a cartilha neoliberal. A regra básica era, por um lado, o fim do estado forte, empreendedor e promotor de políticas públicas para a população de baixa renda, e, por outro, o fortalecimento do Estado mínimo, destacando-se pela impulsão da iniciativa do capital privado.
Os blocos econômicos eram modelos de desenvolvimento e de bem estar social para a humanidade. Um funcionário do Estado americano, Francis Fukuyama, escreveu o livro intitulado: “O Fim da História”. Um caminho de direção única: o Capitalismo globalizado, sem alternativa para experiências alternativas localizadas.
Diria: e agora José?! A História não chegou ao fim! O que se esgotou foi a verborréia dos ideólogos do capital financeiro internacional e de suas marionetes locais. Não dá para ouvir uma Mirian Leitão falar em perda de autonomia dos países europeus sobre suas “economias nacionais”! E até se entende, a sucursal não tem mais com esconder o nível de desemprego que assola os países europeus e os estadunidenses. Portugal encontra-se no patamar de 14% e a Espanha co 17% de desempregado.
No primeiro momento, a população brasileira até se encantou com o discurso neoliberal. Mas, oito anos depois, tomou outro rumo. O que possibilitou a virada na economia brasileira: crescimento econômico, geração de emprego e inserção de parcela significava da população em melhoria na qualidade de vida. A ponto de O Le Fígaro publicar matéria no dia 30 de dezembro de 2011, com a seguinte manchete: “Le Brésil fait rêver les Européens” (O Brasil faz os europeus sonharem).
Isto é o início de uma nova caminhada do povo brasileiro rumo ao pleno desenvolvimento econômico e social!
Jorge Vieira é professor do CESMAC e defensor da causa indigenista
 

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