Vídeo:
Habemus ministro da Justiça
O Cafezinho incentiva fortemente,
desesperadamente, religiosamente, que os leitores assistam à entrevista com o
ministro Eugênio Aragão.
É a primeira pessoa de coragem que eu
vejo aparecer no governo Dilma.
Coragem, erudição, inteligência e uma
refinadíssima sensibilidade política.
Aragão pode ser o homem que salvará o
Brasil dos terroristas morais do ministério público, os quais, em nome da luta
contra a corrupção, conceberam o sonho demoníaco de demolir todas as empresas
nacionais.
Aragão explica que destruir as
grandes empresas de engenharia representaria um atraso de 10 a 15 anos em nosso
desenvolvimento.
São essas empresas, com todos os seus
problemas, que detêm tecnologias próprias para operar em solo brasileiro.
As empresas estrangeiras, mesmo que
quisessem muito, demorariam anos para entender como operar no país, e mesmo
assim dificilmente investiriam grandes quantidades de capital.
Sem contar que, com essa cultura
jurídica, de destruir a empresa primeiro para investigar depois, nenhuma
companhia internacional vai ser arriscar pôr os pés no Brasil.
Nassif e Aragão comentam ainda o
crime histórico cometido pelo Ministério Público brasileiro, de partilhar
informações sensíveis da Petrobrás com o Departamento de Estado americano.
Aragão é a primeira grande conquista
da atual crise política: habemus, finalmente, um ministro da Justiça.
Obrigado, oposição, por derrubar o
anterior, que não pode tomar posse para não perder a aposentadoria de
procurador.
O irônico é que José Eduardo Cardozo,
que foi o pior ministro da Justiça de todos os tempos, agora se revela um
brilhante advogado-geral da União.
Coisas da vida.
Assistam ao vídeo!
***
Para Aragão, país vive onda de ódio
que diz respeito aos derrotados de 2014
Por Yara Aquino, na Agência
Brasil
O ministro da Justiça, Eugênio
Aragão, disse na última segunda-feira (4), em entrevista ao programa
Brasilianas, da TV Brasil, que a justiça se considera intocável, mas ela também
deve ser objeto de debate e exame minucioso. O ministro afirmou ainda que o
Brasil vive atualmente uma “onda de ódio”, que diz respeito àqueles que
foram derrotados nas eleições de 2014.
“A gente não deve ter medo, na Justiça,
de ser objeto de debate político. A Justiça acha que ela é intocável, tocar na
Justiça é submetê-la a indevidos constrangimentos. Não, a Justiça deve ser
objeto de escrutinização sim, mas desde que isso se faça em modo absolutamente
republicano, não com objetivo de influenciar nessa ou naquela decisão do juiz,
e sim de ver o sistema como um sistema que tem suas falhas e permite, por
exemplo, que um agente que goste mais de aparecer utilize a Justiça como um
palco, e isso não é bom para o país”, disse o ministro durante a entrevista.
Aragão afirmou que no atual momento
político do país uma “onda de ódio está tomando conta da sociedade” e, na sua
avaliação, essa onda não diz respeito necessariamente à percepção da corrupção:
“Me parece que ela é anterior a isso. Ela diz respeito, na verdade, a
insatisfações de ordem política, de escolhas políticas, principalmente no que
diz respeito àqueles que foram derrotados nas eleições de 2014 e, de certa
forma, a corrupção serve de veículo, apenas, para essa insatisfação. Na
verdade, utiliza-se muito o fenômeno da corrupção como um fenômeno que
legitimaria essa onda de exaltação”.
Para Aragão, a corrupção no Brasil é
um fenômeno antigo e sistêmico, e portanto, mais complicado de ser combatido
que a corrupção pontual. Ele criticou ofensas pessoais a ministros do Supremo
Tribunal Federal e disse que o Estado deve reagir por se tratar de um
comportamento que não é tolerável na sociedade democrática. “Aí, compete ao
Estado reagir, com seu monopólio de repressão usando a Polícia Federal. Agir
agressivamente contra ministros, buscando com isso influenciar sua atuação,
submetê-los a constrangimento público, isso não é tolerável na sociedade
democrática”, disse o ministro da justiça durante a entrevista.
Aragão comentou a decisão individual
do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de suspender a
posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do cargo de ministro-chefe da
Casa Civil. Segundo Eugênio Aragão, o Supremo é muito cauteloso em suas
decisões e elas são submetidas ao plenário quando envolvem um impacto
político maior, mas ele avalia que a decisão de Mendes não passou por esse
controle. “Essa decisão do ministro Gilmar Mendes não passou por esse crivo de
controle. Foi uma decisão realmente com enorme impacto que ele tomou com risco
próprio, mas continuo acreditando que o Supremo é o órgão da Justiça em que a
gente deve ter a maior confiança porque é o órgão de cúpula. As pessoas que ali
estão já mostraram em vários episódios que não estão a favor deste nem daquele
outro governante”, disse.
Questionado sobre os vazamentos de
informações ocorridos durante a operação Lava Jato, o ministro disse que é
preciso ter cuidado antes de apontar de onde partem os vazamentos: “Muitas das
informações que vêm indevidamente ao público são deliberadamente trazidas
através até da atuação jurisdicional. Não é só a polícia não; parece que a
polícia, às vezes, dentro de uma competição que tem com o Ministério Público de
quem mostra mais eficiência na operação, fica disputando os passos de exibição.
Isso também não é bom, porque confunde o interesse público com o interesse
corporativo”.
Assista ao vídeo acessando
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