
Globo e o juiz Moro e sua equipe são um perigo para o Brasil.
Infelizmente as instituições estão fragilizadas demais para dar um basta nesse
complô. Vou citar um caso apenas – já que eles estão se apegando a um vazamento
apenas – que seria merecedor de medidas duras contra esse grupo. Trata-se da
gravação duplamente ILEGAL feita com a presidenta da República. Vamos repassar
cada detalhe, que precisa ser reproduzido exaustivamente para que a sociedade
perceba o quanto setores da justiça, da PF e do MP foram instrumentalizados
para um objetivo comum: a derrubada do governo Dilma e a criminalização de Lula
e do PT. Tudo com a parceria da Globo e demais mídias de concessão pública, que
vão na rabeira da Globo.
O juiz Moro autoriza o grampo do ex-presidente Lula, que não é réu
em nenhuma ação, não havia prova concreta contra ele e os dois “escândalos” que
tentaram associar ao presidente Lula – o triplex de Guarujá e o sítio de
Atibaia – nada têm a ver com o objetivo formal da operação lava-jato.
Apesar disso, Lula, seus familiares, seus advogados foram
grampeados, o que já constitui abuso de poder. Na sequência, Lula resolve
aceitar o convite da presidenta Dilma para o cargo de Ministro chefe da Casa
Civil. Diante disso, a equipe caça-Lula de Curitiba se desespera, pois a presa
lhes escapava pelos dedos. Mesmo assim, diante da publicação da nomeação de
Lula, o juiz Moro manda suspender o grampo do presidente Lula. Isso às 11h da
manhã do dia 16, um dia antes da posse de Lula em Brasília. Por volta de 13h do
mesmo dia, Lula recebe o telefonema da presidenta Dilma. A conversa dos dois
foi gravada de forma ilegal, duplamente: por não terem mais autorização
judicial para grampear o Lula e por não terem competência para grampear a
presidenta DILMA (somente o STF poderia fazê-lo).
Por volta de 15 horas deste mesmo dia, os delegados da PF, que
parece ser mais um órgão do estado paralelo de Curitiba do que do governo
federal – e aí, convenhamos, Dilma e seu ex-ministro têm total culpa nisso -,
estes delegados apresentam a gravação ilegal ao juiz Moro.
O que deveria ter feito o juiz Moro se fosse um magistrado rigoroso
com o cumprimento da Lei? Primeiro, mandaria destruir as gravações ilegais;
segundo, mandaria abrir inquérito contra os policiais federais por desacato à
ordem judicial, por abuso de poder, por grampo ilegal e por colocar a Segurança
Nacional em risco ao grampearem a presidenta Dilma.
Contudo, o que fez o juiz que virou herói da direita golpista?
Imediatamente passou as gravações para a Globo, que de forma irresponsável,
como é do feitio dessa emissora, usou o conteúdo editado das gravações para
insuflar a população brasileira contra o governo federal e contra o presidente
Lula. Uma total irresponsabilidade, que num país sério, com instituições
democráticas em pleno funcionamento, teria mandado cassar a concessão pública
desta emissora e mandado prender seus proprietários, diretores e editores
envolvidos.
O que o juiz Moro e a Globo fizeram, além da ilegalidade gritante e
gravíssima, foi de uma irresponsabilidade sem igual. Milhares de pessoas, já
atacadas mentalmente pelo bombardeio diário dessa emissora e suas filiais ao
governo federal e ao PT, passaram a tratar qualquer pessoa de camisa vermelha
ou ligadas ao PT como bandidos. Vários casos de agressões nas ruas foram e
estão sendo identificados.
A atitude do juiz não é digna de um magistrado isento, que deve
guardar discrição e não se envolver politicamente em favor de A ou B. Se ele
quer se candidatar, abandone o magistrado e faça carreira política. Julgando-se
acima da Lei com o respaldo popular construído à base de manipulação midiática,
ele não se importou com as consequência do seu ato irresponsável.
Reparem bem o que aconteceu – e é importante repetir, como disse
acima, pois não se trata de mais uma ilegalidade, apenas: o juiz Moro recebeu
uma gravação ilegal com diálogos da presidenta da República e quase em tempo
real divulgou na mídia, como se estivesse fazendo uma campanha política. Com
isso, ao contrário da imagem que ele tentou passar para a população, de pessoa
equilibrada e garantidora das normas, mostrou um total destempero e despreparo
para a função de magistrado.
Com este ato, ele praticamente anulou todos os outros atos da
operação lava-jato, pois, ficou demonstrado que ele queria atingir o objetivo
de caçar (com ç mesmo) o presidente Lula e ajudar a oposição a derrubar o
governo Dilma, legitimamente eleito pelo povo brasileiro. E para atingir este
objetivo, não importaria quais ações fossem necessárias para tal. Os tais fins
que justificariam os meios, prática stalinista que ceifou a vida de dezenas de
revolucionários russos em nome de uma suposta defesa dos interesses nacionais.
Moro se despiu com este ato ilegal e irresponsável, igualando-se
aos golpistas de 1964, aos torturadores, aos corruptos – que também têm seus
pretextos para pagarem ou receberem propinas. Fora do que diz a Lei, não há
salvação senhor juiz, e o senhor cometeu pecado capital quando resolveu passar
por cima da Carta Magna para atingir seus fins políticos de jogar o povo contra
o governo, de impedir a posse de Lula e de criminalizar o PT.
A sequência de ilegalidades cometidas pelo juiz Moro em parceria
com a Globo num período curto de tempo foi algo impressionante. Primeiro foi o
sequestro do presidente Lula, chamado de intimação coercitiva, quando o
presidente Lula jamais se recusou a prestar depoimento quando convocado pela
justiça. Cerca de duas centenas de policiais federais, que não respondem mais
ao comando do Governo Federal, mas do estado paralelo de Curitiba, foram
mobilizados para criar o espetáculo midiático da prisão de Lula. Ao que tudo
indica, sua transferência forçada para Curitiba só não aconteceu em função da
atuação de um coronel da Aeronáutica, que agiu dentro da Lei e pediu aos
capangas do Moro que apresentassem um mandado de prisão. Como eles não tinham
este mandado, tiveram que recuar. Nota 10 para a atuação deste militar e nota
Zero para os policiais federais que cumprem ordens ilegais, mesmo vindo de um juiz.
A propósito, o comandante do Exército declarou há pouco que não contem com as
Forças Armadas para ações ilegais, venha a ordem de onde vier. Ironia da
história: os militares brasileiros dando lição nos juízes, que deveriam ser os
guardiães da Carta Magna!
Depois do ilegal sequestro do presidente Lula, que teve o condão de
mobilizar milhares de pessoas em protesto em todo o país, pelo gritante abuso
de poder, o juiz Moro e a Globo cometeram as ilegalidades de usar gravações
sigilosas, e que foram editadas pela Globo, para tentar desmoralizar o
presidente Lula, humilhá-lo e intimidá-lo. Imaginem se alguém gravasse a
conversa íntima de qualquer cidadão e depois usasse essa conversa para
chantageá-lo ou para jogar a população contra esta pessoa? Isto é abuso de
poder, bem característico de regimes autoritários, que usam a força policial,
judicial e midiática para intimidar o indefeso cidadão.
Nenhum país onde funcione um estado democrático de direito
aceitaria uma coisa dessa. Trata-se da invasão da intimidade das pessoas, não
importa se se trata de pessoa pública, como Lula, ou não, pois qualquer cidadão
brasileiro merece respeito e ser tratado com dignidade. E as gravações
divulgadas de forma irresponsável pela mídia, com a autorização ainda mais
irresponsável do estado paralelo de Curitiba, apresentavam conteúdos que nada
tinham a ver com o foco formal da operação lava-jato. Ou seja, tratou-se de uso
político golpista para criar um clima de indignação da população, parte da qual
se encontra completamente ensandecida com a campanha política golpista da
mídia.
Vivêssemos uma democracia real, com meios de comunicação
minimamente sérios, e estas atitudes teriam sido criticadas duramente em
editoriais e nas análises dos comentaristas. Ao contrário disso, de forma cínica
e conivente, a mídia e seus comentaristas trataram de minimizar estes abusos e
até a defendê-los com argumentos os mais escrotos.
Se algum proveito podemos tirar dessa novela de terror, é o de
podermos perceber o que nos espera com o golpe, ou seja, com uma possível
derrubada da presidenta Dilma. Viveremos num país da mentira, da judicialização
criminosa da política, ou então da volta da Velha República, numa santa aliança
entre os caciques do PSDB e do PMDB, com Temer, Aécio, Serra, Alckmin, Agripino
e Eduardo Cunha, entre outros, todos envolvidos nos maiores escândalos do país.
E que têm como metas permanentes: congelar e confiscar os salários, doar
patrimônio nacional – especialmente o pré-sal – para grupos de rapina, e
repartir entre eles os cargos e propinas que a partir de então não serão mais
fiscalizadas pela PF ou pela mídia. Viveremos uma combinação de quebra das
garantias constitucionais, arrocho salarial, confisco das conquistas sociais,
repressão policial e a total manipulação imposta pela mídia. É o que nos
aguarda com o golpe judicial-político-midiático que tentam consolidar.
Euler, leitor do Blog
da Cidadania, postado em 28/03/2016 • 00:35