AGORA É VALTAN FURTADO QUEM TEM DE SE DEFENDER
DA RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR.

por André Richter - Repórter da Agência Brasil
O acolhimento por si só da reclamação apresentada
pela defesa do presidente Lula, não significa que o Procurador tenha cometido
infração, mas, é forte indicativo de que ele atropelou fases da apuração
preliminar que estava em curso.
Em dez dias, no máximo, o Procurador terá que se
explicar e defender a sua forma de atuar. Por tudo o que se sabe do caso, vai
ficar difícil para ele.
MPF aceita reclamação
contra procurador que abriu investigação sobre Lula
O Conselho Nacional do Ministério Público abriu uma
reclamação disciplinar para apurar a conduta do procurador Valtan Timbó Mendes
Furtado, da Procuradoria da República no Distrito Federal, responsável pela
abertura de procedimento investigativo criminal contra o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, por suposto tráfico de influência.
O processamento da reclamação foi determinado pelo
corregedor do Ministério Público, Alessandro Tramujas Assad, após pedido feito
pela defesa do ex-presidente. A partir de agora, o procurador tem dez dias para
apresentar defesa. Procurado pela Agência Brasil, Valtan Timbó disse que não
foi notificado sobre a abertura da reclamação e que, por isso, não vai se
manifestar.
A abertura de investigação sobre Lula foi
determinada no início do mês por Valtan Furtado quando este substituía a procuradora
titular do caso, Mirella de Carvalho Aguiar, que estava de férias.
A defesa de Lula alegou que Valtan Furtado violou os
direitos funcionais ao “interferir na apuração preliminar” da procuradora, que
não tinha determinado a abertura da investigação, porque aguardava informações
dos advogados do ex-presidente. Por causa disso, os advogados entraram com
reclamação disciplinar contra o procurador.
De acordo com a Procuradoria da República, uma norma
interna prevê a substituição do titular em caso de férias e, além disso,
Furtado entendeu que novas diligências eram necessárias para a investigação.
Segundo o procedimento investigatório criminal aberto
no último dia 8, o ex-presidente “teria obtido vantagens econômicas da
empreiteira Odebrecht, a pretexto de influir em atos praticados por agentes
públicos estrangeiros, notadamente dos governos da República Dominicana e de
Cuba, neste caso, em relação a obras financiadas pelo Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social e por agentes públicos federais
brasileiros”.
Furtado solicitou cópia de documentos da Operação
Lava Jato que façam referência a obras executadas fora do Brasil financiadas
com recursos diretos ou indiretos do banco de desenvolvimento ou que tenham
relação com Lula. O procurador pede ainda aos investigadores da Lava Jato cópia
de dados bancários relativos a possíveis depósitos feitos pelas empreiteiras
investigadas na conta do ex-presidente, do Instituto Lula ou da empresa LILS
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Edição: Beto Coura
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