Dudu Cunh(ão)a, o sempre desafeto do governo!
Esse miserável desordeiro não
rompeu, pois nunca esteve com o governo.
Em 1994, Cunha tornou-se
evangélico de carteirinha, e começou a atuar no rentabilíssimo ramo das rádios
controladas pelas seitas dos pastores eletrônicos, que começavam a se
multiplicar com a velocidade dos coelhos e a avidez gananciosa dos exploradores
da miséria humana. Já evangélico de profunda convicção, em 1999 ele foi
contemplado por outra figura – digamos assim – polêmica, o então governador do
Rio Anthony Garotinho. Elevado ao comando da Companhia Estadual de Habitação,
durou pouco mais de seis meses.
São notórias as
posições, mais que conservadores, francamente reacionárias de Eduardo Cunha. Ele
é um elemento melífluo, diabólico, daninho ao país. Em nenhum momento de sua
carreira política maléfica, iniciada em 1986, deixou de estar ao lado de
figuras no mínimo duvidosas no que se refere à ética e à integridade. E em
nenhum momento deixou de estar cercado por aluviões de denúncias de
irregularidades de todos os tipos e calibres.
Ele foi o tesoureiro
da campanha de Collor de Melo no estado do Rio de Janeiro em 1989. Mostrou-se
tão eficaz que acabou sendo convidado para integrar a equipe econômica da então
ministra Zélia Cardoso de Mello. 1991, veio a segunda – e essa sim, irrecusável
– chance: indicado por PC Farias, assumiu a presidência da Telerj, a companhia
telefônica pública do Rio de Janeiro. Foi sua grande estréia no mundo dos
negócios e negociatas.
Presidente
Como Presidente da Câmara
dos de-PUTA-dos, conseguiu aprovar a terceirização para qualquer atividade nas
empresas, a sua contrarreforma política, as medidas provisórias que retiraram
direitos trabalhistas e a redução da maioridade penal.
“Neste semestre, ele
[Cunha] teve uma atuação horrorosa, prepotente e manobrista. Trabalhou em favor
de quem financiou sua campanha e atropelou o nosso regimento interno. Não é
nada comum que se vote projetos como estes, de tamanha complexidade, em tão
pouco tempo, sem discussão alguma com a população, sem diálogo”, critica o
deputado Vicentinho (PT-SP).
A PEC 182, a
contrarreforma política, Cunha colocou em votação antes mesmo que fosse
aprovada na Comissão Especial montada para analisar o projeto. “O episódio
mostra como ele tem agido à margem do governo federal, criando um ativismo
legislativo para medir forças com Dilma, defendendo interesses da bancada BBB
[Boi, Bala e Bíblia] e atacando os direitos humanos e movimentos sociais”,
explica o cientista político Pedro Fassoni Arruda, professor da Pontifícia
Universidade de São Paulo (PUC-SP), “Ele tem feito mudanças a toque de caixa,
sem consultar a população, sem discussão alguma.” concorda com Vicentinho.
Eduardo Cunha queria que o governo blindasse seu nome
das investigações da Lava Jato
Em novo depoimento, o lobista Julio Camargo, avassalador, detalha uma
propina milionária envolvendo negócios com navios sondas da Petrobras. Camargo
se disse apreensivo quando se encontrou com Cunha. Ele é, segundo o empresário,
“conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente
amistoso, dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um
débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de 5 milhões de dólares”.
Fernando é Fernando Baiano, suposto sócio oculto de Cunha, apontado como
operador do PMDB.
“Diria mais sob o ponto de vista verbal, uma pessoa que tenta lhe
constranger, lhe colocar a corda no pescoço, no sentido de possuir as ideias”.
Por que ele não fez essas denúncias em depoimento anterior? Ele menciona que
foi alertado, ao fechar o acordo de delação premiada com o MP Federal do
Paraná, que acusações contra políticos deveriam ser feitas para a PGR por causa
do foro privilegiado.
“Uma pessoa que ameaça você através de terceiros é uma pessoa da qual se
precisa ter cuidado”, alegou. Cunha teria lhe garantido que estava “no comando
de 260 deputados”. “Fico preocupado”, contou. “O maior receio é com a família,
porque quem age desta maneira perfeitamente deve agir contra terceiros.”
Intimidação é uma especialidade.
O doleiro Youssef afirmou à Justiça no mesmo dia que um deputado federal
que integra a CPI da Petrobras o está pressionando. Não deu o nome, mas contou
para quem ele trabalha. “Eu como réu colaborador quero deixar claro que eu
estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras por um deputado, a mando do senhor
Eduardo Cunha”, disse.
Eduardo Cunha vinha nadando de braçada. O ápice de sua cavalgada se deu
no atropelamento regimental que fez com que a Câmara aprovasse a redução da
maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos recentemente.
Achacou, ameaçou, desdenhou das críticas. Arrogante, sentindo-se acima
da lei.
Um déspota que, no vácuo e com a cumplicidade e o auxílio dos suspeitos
de sempre, virou o sonho de consumo de uma direita indigente.
O deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos, do mesmo PMDB, ex-senador
e ex-governador, com a autoridade de quem sempre enfrentou os coronéis do seu
partido, subiu à tribuna da Câmara na terça-feira, dia 14, para dizer o que
pensa da gestão Cunha. Foi implacável. “As manobras de Cunha resulta em
“votações precárias, interrompidas e remendadas, o resultado, é de uma
mediocridade sem tamanho, longe do que anseia a sociedade brasileira”.
Companheiro de Ulysses Guimarães no velho MDB, Jarbas disse
que votou em Cunha para derrotar o PT, mas está chocado com o autoritarismo na
cadeira que foi ocupada pelo Senhor Diretas [Ulysses]. “Estamos vivendo um
momento de ditadura absoluta; ele faz o que quer”.
O roteiro, agora, foi
drasticamente alterado. Pode ser a trilha sonora do início do fim do projeto do
Dudu Cunh(ão)a.
A corda, no pescoço,
já lhe incomoda.
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