Virgílio (70 a. C. - 19 a. C.) foi um
poeta italiano, autor do poema épico Eneida, um dos clássicos da literatura
ocidental.
Publius Virgilius Maro, conhecido
como Virgílio, nasceu em Andes, perto de Mântua, Itália, no dia 15 de outubro
do ano 70 a. C. Filho de um abastado administrador de fazenda passou a
infância no campo. Estudou retórica astronomia e medicina na vizinha Cremona e
em Milão. Em Roma, tomou contato com a filosofia dos epicuristas e dos estoicos
gregos.
Éclogas ou Bucólicas
De volta a Mântua, em 43 a. C.
Virgílio dedicou-se inteiramente à literatura. Redigiu suas primeiras Bucólicas
(poesia pastoral em forma de diálogo), inspiradas nas obras de Teócrito, poeta
grego de Siracusa, criador da poesia pastoral. Seus poemas chamaram a atenção
de vários aristocratas
Seu
primeiro poema retratavam as lembranças dos maus momentos passados no
confisco de propriedades rurais praticado para premiar os veteranos de César. O
sítio de Virgílio não foi poupado, mas o poeta recorreu e ganhou outra
propriedade.
A quarta écloga dessa coletânea é o
mais polêmico dos poemas latinos. Prenuncia o nascimento de uma criança como o
limiar de uma nova Idade de Ouro para o mundo. Alguns anos mais tarde nascia
Jesus, por isso, ela ficou conhecida como “a écloga messiânica”. Virgílio foi o
poeta querido da Europa cristã medieval, onde suas obras eram textos básicos
para o estudo da gramática nas escolas.
Geórgicas
De 37 a. C a 30 a. C. o poeta
escreveu o poema bucólico “Geórgicas” - quatro livros dedicados à agricultura,
num misto de didatismo e louvor à vida nos campos da Itália. Na introdução do
primeiro livro, Augusto é proclamado uma nova divindade, e o livro trata do
trabalho na terra. O segundo versa sobre o crescimento das árvores. O terceiro
trata sobre o gado e o último sobre as abelhas.
A obra, um poema didático dedicado à
agricultura, foi encomendado por Mecenas, que reconheceu os dotes de seu
protegido, e pretendia incentivar o grandioso programa de reconstrução
empreendido por Augusto para encorajar a volta da população rural aos campos,
devastados pela guerra civil.
Virgílio foi consagrado poeta oficial de Augusto e não teve dificuldades materiais, era dono de invejável patrimônio: uma casa em Roma, uma vila em Nápoles, outra na Campânia.
Eneida
O êxito das “Geórgicas” consagrou
Virgílio e deu-lhe confiança no próprio talento. Por isso aceitou novo convite
do próprio Augusto - que desde a vitória sobre Antônio, concentrava todo o
poder em suas mãos. Para compor novo poema, bem mais ambicioso que os anteriores,
Virgílio deu início à "Eneida".
A “Eneida” é uma vasta epopeia
patriótica destinada a legitimar, pela evocação de suas origens ilustres, as
altas aspirações de Roma. A tradição fazia dos romanos descendentes dos
troianos e Augusto apontava como fundador da sua estirpe Enéias, um dos heróis
da Ilíada. Era preciso dar consciência a essa lenda, fundamentá-la na História
e na Mitologia com os poderes da poesia.
Virgílio levou dez anos para escrever
a Eneida, onde reuniu as atribuições de Enéias desde a destruição de Tróia até
a chegada ao Lácio e a fundação de uma nova pátria em terras da Itália.
Faltava apenas uma revisão final,
quando Virgílio resolveu percorrer os cenários de sua epopeia. Embarcou em um
navio com destino à Grécia, porém adoeceu em Megara e teve que regressar à
Itália, falecendo poucos dias depois.
Virgílio e Dante
A Eneida constitui uma idealização
das virtudes que fundaram e mantiveram o Império Romano. Muito mais tarde, o
poeta Dante (1265-1321) perceberia essa intenção e por isso, na Divina
Comédia, elegeu Virgílio como seu guia na viagem pelo outro lado do
mundo.
Virgílio faleceu em Brindisi, Itália,
no dia 21 de setembro de 19 a.C.
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