por
Ricardo Kotscho
É nos momentos de crise política aguda que as
pessoas se revelam para o bem ou para o mal, oferecendo exemplos extremos de
canalhice ou de superação.
Foi o que vimos nesta quinta-feira, 19 de novembro
de 2015, o Dia da Vergonha no Congresso Nacional, tendo, de um lado, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acoelhando-se no papel de homem-bomba para
escapar da cassação; de outro, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), terceira secretária da Mesa Diretora, uma senhora
tetraplégica que ficou em pé na sua cadeira de rodas para comandar a retirada
do plenário.
Graças a uma cadeira tipo ortostática, com
reclinação que permite à pessoa deficiente física ficar na posição vertical,
algo que muitos políticos já não conseguem, Mara fez um emocionante discurso
olhando na cara de Eduardo Cunha, que permaneceu sentado, absolutamente
impassível.
Em dois minutos e quatro segundos, como podemos ver
no vídeo do Facebook dela encontrado no Google, com voz pausada e firme a
deputada detonou a imagem do ex-todo poderoso comandante das tropas da
oposição, até outro dia aliado do PSDB, ameaçado de perder o cargo, o mandato e
a liberdade, e que agora é defendido pelo PT.
"Convido todos os deputados a deixarem essa
sessão, pela ética, pela moral e pelo povo brasileiro que nos trouxe aqui. Levante
desta cadeira, Eduardo Cunha!", conclamou Mara Gabrilli, acompanhada na
retirada por mais de 100 deputados com vergonha na cara.
Nada resume melhor do que este vídeo tudo o que se
viu de degradante e pusilânime no plenário da Câmara dos Deputados, um verdadeiro
escárnio, uma afronta ao País, uma séria ameaça às instituições democráticas.
Com a palavra, a deputada Mara Gabrilli:
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