Se juiz torturar estudantes não é ditadura, o
que é ditadura?
É estarrecedora a
comparação que você lerá a seguir sobre decisão do juiz Alex Costa de Oliveira,
da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, que autorizou a PM a
utilizar técnicas consideradas como tortura para forçar a desocupação do Centro
de Ensino Asa Branca, de Taguatinga, que estava tomado por estudantes desde o
último dia 27.
Se não acredita, veja
a decisão, abaixo
Antes de prosseguir,
vale informar que o juiz autorizou o uso de equipamento sonoro de alta potência
para impedir que os estudantes durmam, proibiu que entrem alimentos nas escolas
ocupadas e mandou cortar água e luz.
Todas essas medidas
são consideradas técnicas de tortura, como bem demonstra matéria da BBC Brasil
sobre os abusos da CIA contra presos políticos.
Para ler a matéria da
BBC clique na imagem abaixo.
Agora vejamos o
noticiário do insuspeito UOL sobre o despacho do juiz Alex Costa de Oliveira.
Para ler a matéria do
UOL Educação, clique na imagem abaixo.
O que está exposto
acima fala tudo que há para ser dito sobre esse caso.
Em pleno século XXI,
31 anos após a redemocratização do Brasil, um regime de força implantado por
mídia, judiciário, grupos políticos de direita e grandes empresários retirou do
poder um governo eleito legitimamente sem ter fundamentos exigidos pela Constituição
para medida tão drástica; pessoas estão sendo presas e encarceradas sem
julgamento, sem flagrante e sem causas claras; agora, um membro da classe que
administra a ditadura decide abertamente promover tortura de jovens estudantes
que lutam por Educação de melhor qualidade, ou melhor, que lutam contra a piora
da Educação contida na PEC 241.
Feliz do país no qual
os jovens anseiam e lutam por Educação de melhor qualidade. Feliz do país que
tem jovens que se expõem a ser até mortos e/ou mutilados por brucutus armados
até os dentes e com “sangue nos olhos” para defenderem o direito de estudar e a
qualidade do ensino.
Deveríamos exaltar
esses jovens, atender suas demandas e pedir-lhes desculpas por termos feito tão
pouco até aqui, convidando-os à mesa de negociações e prometendo solução
inquestionavelmente favorável à tão combalida Educação brasileira. Em vez
disso, a “justiça” manda torturá-los com as mesmas técnicas usadas pela CIA e
por quaisquer grupos ideológicos radicais e violentos.
A decisão desse juiz escancara
o regime de força inaugurado no Brasil nos últimos quatro anos – inaugurado a
partir do julgamento do mensalão, quando pessoas foram condenadas à prisão sem
apresentação de provas, sob uma teoria jurídica baseada na presunção da culpa e
apelidada de “domínio do fato”.
A partir da decisão
desse magistrado, vale tudo. Todos somos alvos de possível arbítrio. Assim, não
tenha medo só dos esbirros graúdos dessa ditadura; tenha medo do guarda da
esquina, quem, agora, sentir-se-á liberado para usar o porrete quando lhe der
na telha.
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