NÃO SEI O AUTOR, mas sei que foi encaminhada por um
arquiteto e urbanista paulista.
"Tava
aqui pensando que tem que ser muito forte pra tomar uma porrada histórica como
essa e depois discursar pra uma multidão dizendo as coisas certas. As coisas certas.
Ele é impecável discursando, até porque é uma vida inteira existindo dessa
forma, com essa precisão nas palavras e com o tom adequado. Mas aqui eu estou
falando de uma impecabilidade mais profunda, humana: ele não diz apenas o que
você quer ouvir, ele diz o que você precisa ouvir pra se curar desse processo e
seguir acreditando o dobro. Você não entendeu? Explico: ele tá completamente
destroçado, não tem como um só indivíduo no planeta não estar destruído depois
de perder uma batalha assim. E ele te consola. Talvez você o odeie, mas para e
faz o exercício de visualizar friamente, considerando que mesmo a pessoa mais
pública é humana: o cara tá lá todo estraçalhado, condenado após anos de
desgaste com falsas acusações, os companheiros foram abatidos, a companheira de
vida adoece, zombam da doença dela, ela morre, o partido que ele construiu está
se esfarelando, e esse cara ainda arruma força, uma força inacreditável, pra te
dizer as coisas certas. Aquilo que enquanto multidão você precisa ouvir diante da
caçada da tua maior referência política. Não me interessa se você ama ou odeia
o cara, se acredita ou não no que ele está dizendo ou como pensa os rumos do
país a partir de agora. Mas que outra pessoa você conhece que conseguiria
transformar a sua dor instantaneamente em energia para as multidões e dessa
situação também se energizar? A era dos grandes e catárticos oradores está
morta. Ali tem, no mínimo, um ser humano que é um messias na arte de não
desmoronar. A gente vive desmoronando por qualquer coisa, eu, você, todo
mundo. Não há como negar que o Lula tem uma força extraordinária, que nenhum
outro político vivo no país possui."
Nenhum comentário:
Postar um comentário