quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Juiz alagoano DESMASCARA Lava Jato ! ! !

ELE AFIRMA QUE JUÍZES DA OPERAÇÃO “SE MOSTRARAM POLITICAMENTE”

Foto: REPRODUÇÃO - GAZETAWEB

De um vibrante dancing days para aquele bolero de fim de festa. O esmorecimento da Lava Jato, ao longo do último ano, condicionou a operação a um mutirão de questionamentos em todo o País. O desgaste se direciona aos procedimentos adotados, às conexões entre as instituições e seus agentes, e chega a colocar em debate até mesmo a finalidade da força-tarefa. Conhecido por seu posicionamento crítico em relação à megaoperação, o juiz alagoano Marcelo Tadeu reprova uma série de condutas do Ministério Público Federal (MPF) e argumenta que “os juízes assumiram papéis e se mostraram politicamente”.

Por um lado, os números continuam impressionando: segundo o relatório do MPF, até o fim de agosto deste ano, foram mais de 1.760 procedimentos instaurados, 877 buscas e apreensões, 303 pedidos de cooperação internacional e dez acordos de leniência, por exemplo. Entretanto, a cadência lenta vai ensejando atenção ao juiz.

“Tem se reduzido bastante o campo de atuação da Lava Jato, de modo que é um momento em que o povo brasileiro começa a questionar qual a razão ou as razões dessa mudança. Saiu de um afã investigativo, no sentido de punir atos de corrupção no meio do sistema político-empresarial 
e agora já tem uma outra dimensão, outro modo mais lento. São dois comportamentos dentro de uma mesma estrutura, e o povo fica a se questionar em vários aspectos”, avalia, em entrevista divulgada na Gazetaweb.

Não é a primeira vez que o magistrado, hoje titular da 12ª Vara Criminal da Capital, demonstra desaprovar a atividade articulada há mais de quatro anos. Em agosto, Marcelo Tadeu coordenou um Tribunal Popular em Curitiba, simulando um julgamento cujo réu era a própria operação, declarada “condenada” por violações e ilegalidades. A questão é que, para além do ritmo decadente, alguns episódios recentes representam, para o juiz, a confirmação do que vem proferido em diversos espaços: de que se pode interpelar se houve real isonomia durante a ação.

Um dos acontecimentos mencionados pelo juiz trata-se da medida adotada pela nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A chefe da PGR substituiu a equipe de trabalho da Lava Jato, que atuava com o ex-procurador-geral, Rodrigo Janot. O ato gerou controvérsia, uma vez que, entre os nomeados, Dogde selecionou o procurador Luciano Maia, primo do senador José Agripino, um dos investigados pela Operação.

Fonte: Jornal Gazeta de Alagoas edição do dia 26 deste mês

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