
Publicado em 27/11/2016 às 10h20
Temer,
Renan e Maia anunciam o fim da autoanistia
Atualizado às 12h40:
exatamente como previsto na matéria abaixo, publicada às 10h20
deste domingo, o presidente Michel Temer anunciou agora há pouco, ao lado de
Renan Calheiros e Rodrigo Maia, que os três decidiram não
"patrocinar" qualquer emenda de autoanistia para crimes de caixa dois
e correlatos.
Em seu pronunciamento, Temer advertiu que, com ou sem este
"patrocínio", a decisão final vai depender de decisão do Congresso,
mas espera que isso não aconteça.
Como se fossem contra o jabuti desde o início, e não tivessem
participado das articulações da semana passada, eles querem nos fazer acreditar
agora que nunca apoiaram o pacote da impunidade que estava sendo preparado no
Congresso. Após comandar o processo de anistia na Câmara, Rodrigo Maia foi
ainda mais longe:
"A reunião de hoje é importante para esclarecer que essa
emenda nunca existiu".
Então, está bom, ficamos assim. Será que tudo não teria passado de
um delírio coletivo?.
***
Daqui
a pouco, ao meio dia deste domingo, quando a lama já estava começando a bater
no pescoço, os presidentes da República, do Senado e da Câmara deverão anunciar
em inédita entrevista coletiva conjunta o enterro simbólico da autoanistia para
os políticos enrolados na Lava Jato.
É
o mínimo que se espera para acabar de vez com esta tentativa indecente de
aproveitar a votação do pacote anticorrupção na Câmara para garantir a
impunidade dos que cometeram crimes diversos em campanhas eleitorais passadas.
Mudou
tudo.
Durante
toda a semana passada, antes dos líderes dos principais partidos acertarem com
Rodrigo Maia a aprovação da emenda da autoanistia, na sessão de quinta feira, a
posição do presidente Michel Temer, segundo seus assessores mais próximos, era
sancionar "o que for decidido pelo Congresso".
A
sessão de votação na Câmara seria suspensa por Maia e adiada para a próxima
terça-feira. Neste meio tempo, o escândalo Geddel invadiu o gabinete
presidencial e passou a ameaçar a sobrevivência não só do agora ex-ministro,
mas do próprio governo.
No
sábado, em São Paulo, ao avaliar o tamanho da encrenca, Temer deu um cavalo de
pau e mandou avisar que não vai mais sancionar anistia nenhuma.
Em
seguida, Renan Calheiros (12 processos no STF) comunicou que o Senado também
não votaria o jabuti gigante que já estava acertado com a Câmara.
De
repente, parece que os donos do poder, que estavam dando uma banana para a
opinião pública na tentativa de salvar Geddel e se auto-anistiar, deram-se
conta de que tinham ido longe demais em seu cinismo e arrogância.
Numa
democracia representativa minimamente civilizada, os ocupantes do poder federal
podem muito, mas não podem tudo.
Não
podem, por exemplo, ir contra a vontade da imensa maioria dos brasileiros que
sofrem com a recessão, o desemprego, o fechamento de empresas e todas as
desgraças produzidas pelos desmandos dos seus representantes eleitos.
Tudo
tem um limite _ ou deveria ter.
Vida
que segue.
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