Vale Verde contamina o rio Traipu e incomoda moradores
Foto: Divulgação
A Mineradora Vale Verde está sendo acusada
de poluir o rio Traipu que passa próximo a sua unidade industrial no Sítio
Lagoa do Mel, zona rural do município de Craíbas, no Agreste alagoano, com
distância de quinze quilômetros de Arapiraca, maior cidade de Alagoas.
De acordo com a bióloga Neirevane
Nunes, “a barragem de rejeitos da mineração de cobre da Vale Verde é a maior já
construída em Alagoas e tem acesso às calhas de rios temporários que deságuam
no São Francisco, a exemplo da bacia do rio Traipu, rio temporário que nasce na
Lagoa do Dô, na Serra do Jacu, no município de Bom Conselho, estado de
Pernambuco”.
Em artigo assinado por ela, com o título “a mineração de milhões em Craíbas que
ameaça a Bacia do Rio São Francisco”, a bióloga denuncia o suposto crime
ambiental, com base em estudos feitos por pesquisadores da Universidade Federal
de Alagoas (UFAL), e pede providências aos órgãos ambientais, ao Ministério
Público Estadual (MP/AL), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Defensoria
Pública da União (DPU).
“Estudos da UFAL indicam níveis acima dos limites toleráveis na foz do Rio
Traipu, principalmente ferro, zinco e manganês. Segundo os pesquisadores, estas
alterações podem ser decorrentes de processos erosivos, assoreamento e
revolvimento do solo, mas não pode ser descartada a possibilidade de manejo
inadequado do solo e que ações de mineração possam contribuir com o aumento dos
níveis destes compostos na região”, afirmou Neirevane.
Para a bióloga, a mineração predatória de cobre em Craíbas pode afetar a Bacia
do Rio São Francisco, que recebe as águas do rio Traipu, um dos afluentes que
deságua no Velho Chico na cidade do mesmo nome. De acordo com ela, a
barragem de rejeitos da mineração de cobre da Vale Verde, que forma um paredão
enorme em torno de uma cratera gigantesca, fica nas proximidades do rio Traipu,
que corta o município de Craíbas.
“A mineração da Vele Verde pode ter afetado o São Francisco se comprovado que
há vazamento de rejeitos, uma vez que um dos afluentes, o Rio Traipu, deságua
na calha do Velho Chico”, enfatizou a bióloga. Segundo ela, “amostras de água
do São Francisco, coletadas por pesquisadores da UFAL, na cidade de Traipu,
constatou a presença de metais pesados, que vão além nos níveis toleráveis”.
DESTAQUE
Vale salientar que moradores da redondeza reclamam constantemente das avarias em suas casas, como rachaduras, com as explosões causadas pelas fortes explosões geradas. Outra preocupação dos moradores das localidades mais próximas das minas refere-se à imponência dos paredões das barragens, construídas com areia, barro, pedras e cascalhos retirados do solo do município. O medo de acidentes é constante nos povoados da redondeza.
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