INFORMA
Após golpe na Bolívia, Rússia manda
recado para o Brasil
Evo Morales e Vladimir Putin
Às
vésperas do desembarque de Vladimir Putin no Brasil, governo russo manda duro
recado e afirma que a saída de Evo Morales da presidência da Bolívia, celebrada
por Jair Bolsonaro, se deu por conta de um golpe de Estado
O jornalista Jamil Chade,
correspondente internacional em Genebra, destacou nesta segunda-feira (11) o recado
que a Rússia enviou ao Brasil e aos Estados Unidos após a renúncia forçada de
Evo Morales ao cargo de presidente da Bolívia. O alerta ocorre às vésperas da
cúpula dos BRICS, em Brasília, que terá a presença de Vladimir Putin.
De acordo com o governo de Vladimir Putin, a oposição boliviana foi
responsável por uma onda de violência e minou a tentativa de Evo Morales de
promover o diálogo. Moscou também usou a palavra “golpe” para descrever o que
ocorreu em La Paz e mandou um recado aos países sul-americanos, especialmente
ao Brasil, EUA e OEA.
Em comunicado emitido na manhã de ontem (11), o governo russo
ainda pediu que as forças políticas demonstrem “bom senso” e atuem de forma
responsável. “Causa profunda preocupação que a vontade do governo de buscar
soluções construtivas, com base no diálogo, foi rejeitada por eventos que tem
um padrão de um golpe de estado orquestrado”, disse o Ministério das Relações
Exteriores da Rússia.
“Estamos preocupados com a dramática evolução da situação na Bolívia,
onde a onda de violência desencadeada pela oposição não permitiu que o mandato
presidencial de Evo Morales fosse cumprido”, afirmou Moscou.
“Apelamos a todas as forças políticas bolivianas para que sejam sensatas
e responsáveis, para que encontrem uma solução constitucional para a situação
no interesse da paz, da tranquilidade, da restauração da governabilidade das
instituições do Estado, da garantia dos direitos de todos os cidadãos e do
desenvolvimento social e econômico do país, ao qual estamos ligados por uma
relação de amizade”, alertou.
Mas o comunicado também manda um recado para a região. “Esperamos que
esta abordagem responsável seja demonstrada por todos os membros da comunidade
internacional, pelos vizinhos latino-americanos da Bolívia, pelos países
extra-regionais influentes e pelas organizações internacionais”, disse Moscou.
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