Querido Presidente Lula, esta é uma carta de agradecimento
Com sua atitude coerente
e seus gestos serenos e firmes, você tem denunciado ao Brasil e ao mundo não
somente a indignidade da perseguição abjeta que sofre, mas também a ignomínia
que há em toda e qualquer condenação ilegítima; em toda e qualquer detenção arbitrária.
Por Jornal GGN
Nós,
juristas e cidadãos do grupo Prerrogativas sempre estivemos naturalmente
afinados com a sua trajetória de lutas. Nossos princípios e valores coincidem
em essência com os seus, pois mantemos firme a nossa esperança na construção de
um país com justiça social e autêntico respeito aos direitos e liberdades dos
brasileiros, sobretudo os mais pobres e desassistidos.
Agora,
além de nos identificarmos com a sua atuação política, também nos sentimos
inspirados e fortalecidos pela sua postura íntegra ao enfrentar uma prisão
profundamente injusta.
Querido Lula, você sublimou o amargor do encarceramento brutal,
para nos oferecer uma sábia e corajosa lição de insubmissão. Esse inconformismo
desafiador dos seus algozes – os mesmos que hoje andam cabisbaixos e evasivos
com a revelação dos próprios desvios e abusos – representa a capacidade de um
povo que não se verga à opressão.
Com sua atitude coerente e seus gestos serenos e firmes, você
tem denunciado ao Brasil e ao mundo não somente a indignidade da perseguição
abjeta que sofre, mas também a ignomínia que há em toda e qualquer condenação
ilegítima; em toda e qualquer detenção arbitrária.
Precisamos lhe dizer muito obrigado, por assim desmascarar a
farsa judiciária montada em nosso país para promover retrocessos políticos e
sociais, sob o pretexto do combate à corrupção.
Seus perseguidores não resistiram à tentação de encarnar falsos
heróis, reunidos em torno de uma instância deletéria e paralela de poder,
fomentada por sórdidos interesses políticos, com amplo respaldo midiático.
Nos
âmbitos judiciário e acadêmico, temos resistido e lutado ao máximo para fazer
prevalecer os paradigmas da Constituição e dos critérios técnico-jurídicos,
especialmente em relação às garantias da defesa penal, à incolumidade dos
direitos individuais e à preservação da democracia.
O seu exemplo de têmpera e bravura, presidente, colabora
intensamente para que possamos resgatar, de uma vez por todas, a plenitude da
presunção da inocência como um mandamento efetivo em nosso país.
Além desse merecido agradecimento, receba também, presidente, a
solidariedade sincera dos integrantes do grupo Prerrogativas, profissionais do
Direito cuja distinção e excelência vem sendo dedicada a combater a
seletividade ilícita e odiosa que insiste em contaminar o nosso sistema de
justiça.
Esteja certo, presidente Lula, que a verdade histórica haverá de
prevalecer, uma vez eliminados os disfarces que afastaram a aplicação do
direito de seu percurso natural e justo, impondo-lhe uma pena notadamente destituída
de provas e fundamentos.
Por fim, direcionamos a você, presidente Lula, o nosso imenso
afeto e admiração. Somente pessoas com a sua estatura ética e humana poderiam
manter a mesma altivez, seja como supremo mandatário da nação, como réu privado
de garantias processuais básicas, ou mesmo na condição de preso político, como
ora se encontra, sob a jurisdição anômala, inquisitorial, parcial e desonesta
de Curitiba.
”Confinados
em cela igual
Somos nós todos reféns, porém
Não se negocia a dignidade
Por nada aquém, nada além
Somos nós todos reféns, porém
Não se negocia a dignidade
Por nada aquém, nada além
Lula, nós vamos te libertar
Pra gente também se livrar
Da prisão nesse pesadelo”
Pra gente também se livrar
Da prisão nesse pesadelo”
(Canção pela Libertação
Joaquim França e Eduardo Rangel)
Joaquim França e Eduardo Rangel)
Abraços
e beijos,
Juristas e cidadãos do grupo Prerrogativas.
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