S&P
eleva nota da dívida do Brasil pela primeira vez em 12 anos
País passa a ficar dois níveis abaixo do grau de investimento
Pela primeira vez em 12 anos, a
agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) elevou a
nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo
do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo. A S&P concedeu
perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses.
A última vez em que a S&P havia
elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou
da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na
dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento). Desde então,
o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de
investimento em setembro de 2015.
Desde junho deste ano, a S&P
tinha indicado que elevaria a classificação do país, ao conceder perspectiva positiva para
a nota brasileira.
Em nota, a S&P atribuiu a
melhoria da nota brasileira à aprovação da reforma tributária, ocorrida na
sexta-feira (15). Segundo a agência, a conclusão das discussões em torno da
modernização do sistema tributário brasileiro amplia a trajetória de
implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos 7 anos.
A S&P, no entanto, adverte que
continuam riscos para a economia brasileira, como as perspectivas de fraco
crescimento econômico e de situação fiscal “débil”, o que justificou a
perspectiva estável para a nota do país. “Isso reflete nossas expectativas de
que o país fará progresso lento em enfrentar desequilíbrios fiscais e projeções
econômicas ainda fracas, compensadas por uma forte posição externa e uma
política monetária que está ajudando a reancorar as expectativas de inflação”,
destacou o comunicado.
Desde janeiro de 2018, a S&P
Global enquadrava o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma
nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de
risco. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento.
Tesouro
Em nota, o Tesouro Nacional informou
que a elevação da nota brasileira confirma os esforços do governo federal para
reequilibrar as contas públicas e fazer as reformas necessárias para a
economia. Segundo o órgão, a melhoria na classificação do país resultará em
queda dos juros e aumento do emprego no médio prazo.
“O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em
curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas
também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de
crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços. Desta
forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e
privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência
econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do
país”, destacou o comunicado.
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