Artigo da médica e Membro da Academia Alagoana de Letras Mirian Gusmão Canuto
O samba enredo da Escola
União da Ilha do Governador, no carnaval de 1979, cujo autor foi o procurador
federal Baeta Neves – conhecido como Didi -, parece ter sido feito para os dias
atuais: O amanhã, cuja letra diz: “O que será o amanhã? / responda quem puder /
o que irá me acontecer? / o meu destino será como DEUS quiser. Como será? Quem
ousaria responder tal pergunta?
Estamos,
há mais de um ano, diante dessa sinistra pandemia. Quem imaginaria que esse
afrontoso inimigo, muitas vezes letal, atormentaria todo o planeta? A
ansiedade, o medo e a insegurança continuam envolvendo os humanos. E o número
de óbitos se avoluma, a cada dia... A humanidade nunca foi, simultaneamente,
tão agredida. A saúde mental da população encontra-se lesada, e seus efeitos
são altamente nocivos.
As
consequências dessa calamidade atingem todos os segmentos: sociais, econômicos
e políticos. Os noticiários, os vídeos e várias mensagens são aflitivas e
chocantes, e têm deixado as pessoas exauridas: insônia, irritabilidade,
distúrbios do apetite – compulsão ou inapetência – são sintomas que têm
acometidos inúmeras criaturas. Mais do que nunca, o momento é de difundir a
serenidade e a esperança, com responsabilidade.
Muito pertinente para o momento, o artigo do pediatra e membro da nossa AAL - Academia Alagoana de Letras, nosso prezado amigo Milton Hênio Gouveia, em que ele analisa e reflete a respeito das consequências dessa catástrofe no ambiente familiar, envolvendo, sobretudo, as crianças; circunstâncias essas, que também se aplicam aos adultos. O distanciamento social deixa as pessoas aprisionadas, gerando uma atmosfera conflitante, cujas consequências vão da irritabilidade à violência.
A música, os exercícios físicos, uma boa leitura, um bom filme são aliados importantes nessa temporada conturbada. Desenvolver uma atividade artesanal também é uma terapia recomendada para preencher prazerosamente o tempo. Comunicar-se virtualmente, com amigos e pessoas nutritivas, estimula nosso bem-estar, alimenta nossa expectativa e confiança de dias melhores.
Volto a enfatizar que a esperança e a serenidade são bálsamos que nos fortalecem nas adversidades. Repito, sempre, a sabedoria de Charles de Gaulle: “O fim da esperança é o começo da morte”. A vacina é nossa maior aliada para a liberdade, porém é imprescindível continuarmos com todas as normas sanitárias.
A vida é soberana. Preocupe-se em sobreviver e estimular, positivamente, as pessoas que o cercam. Como será o nosso amanhã?
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