Gilmar declara Moro suspeito e diz
que ex-juiz cometeu crime
Em um voto histórico pela suspeição
do ex-juiz Sergio Moro no comando dos processos da Operação Lava Jato, o
ministro Gilmar Mendes afirmou, em sessão da Segunda Turma no Supremo Tribunal
Federal nesta terça-feira (9), que o então juiz de primeira instância cometeu
crime para perseguir o ex-presidente Lula e tirá-lo do processo eleitoral de
2018.
Em uma fala muito contundente e
crítica, Gilmar chamou a Lava Jato de “projeto populista de poder” e usou
expressões como “instrumentalização da justiça”, “juiz subserviente”,
“populismo jurídico” e “maior escândalo judicial da nossa história”. “Não se
combate crime cometendo crime”, ressaltou o ministro do STF, primeiro a votar o
habeas corpus.
Moro não se incomodava em “pular o
balcão”, disse ainda Gilmar, ao gerenciar os processos que eram conduzidos
pelos procuradores do Ministério Público.
O ministro observou que os magistrados que eventualmente
concedessem habeas corpus a alvos da Lava Jato corriam risco de serem
massacrados pelo que ele chamou de “conluio entre a mídia e os procuradores” de
Curitiba.
“O combate à corrupção tem que ser feito dentro dos moldes
legais, não se combate crime praticando crime. Ninguém pode se achar o ó do
borogodó, cada um vai ter seu tamanho no final da história, um pouco mais de
modéstia, calcem as sandálias da humildade”, disse.
Mais cedo, o ministro Edson Fachin, que anulou os processos contra o ex-presidente Lula nesta segunda-feira (8), tentou adiar o julgamento do habeas corpus, alegando que, após a decisão do dia anterior, não haveria mais razão para julgar a suspeição de Moro. A manobra fracassou e Fachin foi derrotado por 4 a 1 na Segunda Turma.
Fonte: www.brasil247.com/
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