quarta-feira, 16 de julho de 2014

Não é estatização o Governo, Congresso e partidos debaterem mudanças no esporte ! ! !

Muito bom que todos os segmentos representativos do país – exceção da Rede Globo – tenham entrado no debate sobre as mudanças que se fazem necessárias e urgentes no nosso futebol. De alto abaixo, em tudo, da formação dos jogadores, à direção dos clubes, à CBF e, quem sabe, se consiga chegar com as mudanças, também até à FIFA.
Que o nosso futebol precisa de mudanças, e muitas, salta a vista. Elas estão já identificadas e são simples e objetivas. Basta criar condições
políticas para realizá-las. E dependem sim do governo, do Congresso Nacional – portanto dos partidos na aprovação e nesse debate -, dos dos atletas e dos times, das próprias entidades como a CBF que, obviamente, resistirão como sempre às mudanças e reformas.
A essa altura, e já que vamos fazer uma reforma, não basta modernizar e profissionalizar  o futebol, seu financiamento e a solução para as dívidas dos clubes. Não é uma questão fácil. A venda de jogadores para o exterior é outro problema difícil de equacionar, como também são a Lei do Passe, o esporte amador, as mudanças em cada time, seu controle e fiscalização, suas finanças, e as vendas de jogadores e dos patrocínios e por ai vamos.
Precisa discutir monopólios da Globo no futebol – e a emissora entrar no debate
Aqui, na questão dos patrocínios, um dado a complicar, mas que temos de mudar e equacionar, é a venda do direito de arena e de transmissão hoje totalmente controlado pelas Organizações Globo que impõe até o horário dos jogos para não coincidir com as novelas da sua rede de TV.
Que fique claro, então, não ser possível fazer todas essas mudanças sem o governo e o Parlamento – apesar da chamada Bancada da Bola – sem uma ampla discussão publica que envolva principalmente os torcedores e não apenas os cartolas e os políticos e nem fique sob o controle e a patrulha da mídia, seja dos seus interesses comerciais seja da mídia especializada.
E que não fique sob controle, principalmente, dos interesses comerciais e dos patrocinadores. Tirar o governo e descredenciar o Congresso Nacional e os partidos é o caminho mais fácil para predominar os interesses da Rede Globo e dos patrocinadores, dos cartolas e dos grupos de interesse que, travestidos de dirigentes, jornalistas e comentaristas vivem da compra e venda de jogadores,  de patrocínios e de transmissão dos jogos.
Quem está misturando futebol e política é a oposição
A presidenta Dilma Rousseff já apresentou s primeiras – não as únicas, nem definitivas – sugestões do governo: que se siga o modelo alemão que depois de perder a Eurocopa em 2000 passou os últimos 14 anos investindo tudo em clubes, em jogadores de base, em mudanças da sua federação, reformando e, no caso deles, mudaram até a lei para que jogadores de base imigrantes estrangeiros tenham mais facilidade para se
naturalizar e continuar jogando lá.
Não estão, entre as sugestões da presidenta – e ela já veio a público mais de uma vez esclarecer isto, bem como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo -  a estatização do esporte ou do futebol em particular.  É apelação eleitoreira da oposição, e muito particularmente dos tucanos, que é quem mais tem batido nessa tecla, de que o governo pretende estatizar o futebol – o candidato a presidente da República pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), agora repete exaustivamente que o governo quer criar a Futebras.
Nada mais vexatório, nem apelativo, nem flagrantemente dissimulado porque em nenhum momento o governo propôs isto. Aliás, já que falamos nele, vale registrar: o senador-candidato ao Planalto é quem mais tem repetido a acusação de que o governo estaria usando politicamente a Copa, misturando futebol e política.
Foi desmascarado, ontem, pelo colunista Jânio de Freitas, na Folha de S.Paulo. Jânio lembrou que foi Aécio quem posou vestindo camisa da seleção e enviou as fotos que foram publicadas às redações. Isso enquanto a seleção ganhava em campo e ele não havia, ainda, recebido aquela vaia do público no Mineirão, no jogo Brasil-Alemanha.  A partir dali recolheu-se e passou a acusar o governo de usar politicamente a Copa.

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