sábado, 8 de abril de 2023

Uma história EXEMPLAR dos urbanitários alagoanos ! ! !

                                                      


Sindicato dos Urbanitários de Alagoas


Representa os trabalhadores da ALGÁS, AGRESTE SANEAMENTO, CASAL, EQUATORIAL ALAGOAS, CHESF, SAAES, SANAMA e BRK

 

1º Congresso dos Urbanitários - agosto de 1989


Sindicato dos Urbanitários de Alagoas foi fundado em 8 de abril de 1943, no governo ditatorial de Getúlio Vargas, período em que foi consolidada a estrutura legal de controle do sindicalismo no Brasil. Junto a Consolidação das Leis de Trabalho – (CLT) veio também a intenção de retirar dos sindicatos o seu caráter de luta para transformá-los em organismos de conciliação de classe, atrelando-os ao Estado e dando início à fase dos sindicatos oficiais, transformando-os somente em órgãos assistencialistas e de prestação de serviços.

 

Inicialmente, chamava-se Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Termoelétrica de Maceió, representando os trabalhadores/as da Companhia Hidrelétrica de São Francisco – Chesf, da então Companhia Força e Luz/Ceal, Companhia de Bondes e Companhia Telefônica – (CTA), que depois se separaram ficando apenas o setor elétrico.

Até 1977, a entidade contou com cinco presidentes: Frederico Alves de Oliveira (1943-1946), José Vicente Ferreira (1947-1950), Pedro Lopes Barbosa (1951-1952), José Luiz Ferreira da Silva (1953-1975) e José Jurandir Torres (1975-1977). Nesse período, o Sindicato dos Urbanitários não tinha tradição de participação na luta sindical, não havendo qualquer consistência de cidadania, inclusive, dando margem à não renovação de quadros.

O Presidente que mais tempo ficou no poder foi José Luís, que passou mais de 20 anos no cargo, inclusive no período da ditadura militar. O Sindicato funcionava no Palácio do Trabalhador e limitava-se a receber e repassar à categoria informação sobre a concessão de reajuste salarial, a cada ano.

O presidente era sempre reeleito por aclamação, pois, na época, não havia o menor interesse da categoria em participar do Sindicato; amedrontados, os trabalhadores não tinham o direito de se posicionarem. Havia uma camisa de força, dada pelos generais de plantão no período da ditadura e, nesse clima, não havia possibilidade de diálogo. Em 1966, o Sindicato passou a chamar-se Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Alagoas e, em 1976, com o falecimento do presidente José Luiz, assumiu o vice, Jurandir Torres, substituído através de eleição, por Pedro Luiz em 1978. Com a chegada de um trabalhador eleito ao poder, Pedro Luiz foi o primeiro presidente após o período de intervenção sindical pela ditadura, período no qual surgiram as primeiras mudanças na atuação do Sindicato.

Nessa gestão de Pedro Luiz da Silva (1978-1987), houve a incorporação da Companhia de Água e Saneamento do Estado de Alagoas – (Casal) à categoria, e isso foi às vésperas do período chamado “Novo Sindicalismo”, em que o país começou a vivenciar as mais variadas manifestações das classes populares, visando à construção de uma nova ordem social. Destacam-se as greves no ABC de São Paulo, a criação da Central Única dos Trabalhadores – (CUT) em 1983 e a formação do Partido dos Trabalhadores. A nossa entidade começou a ganhar força e adesão da base, como resultado, inclusive, de sua participação direta no momento histórico. Em 1984, o Sindicato funda a CUT/AL e a ela se filia. Essa instituição nasceu para romper com a estrutura sindical corporativa e tornar-se instrumento de mobilização de massa.

O Sindicato começou a se tornar referência. Foi nesse período que se adquiriu a primeira sede própria. No plano estadual, Pedro Luiz assumiu a presidência do Partido dos Trabalhadores – (PT) e da Central Única dos Trabalhadores – (CUT); no plano nacional foi dirigente da Federação Nacional dos Urbanitários – (FNU). O grupo liderado por Pedro Luiz começou a reivindicar direitos, promover debates, encontros, reuniões e conseguiu obter a credibilidade que o Sindicato precisava para fortalecer-se. As assembleias lotavam cada vez mais, e cumpriu-se uma gestão de forma séria, dinâmica e criteriosa, mas a dinâmica natural da vida sindical e política mostrou a necessidade novos avanços.

Em 1987, parte do grupo que acompanhava Pedro Luiz entendeu ser necessário buscar uma nova forma de atuação, pois as últimas gestões haviam provocado divergências. Um outro momento surgia na vida sindical que necessariamente levou a uma disputa interna; a dissidência decidiu que Paulo Fernando dos Santos, Paulão, era o nome que surgia como liderança para substituir o então presidente. Pedro Luiz perdeu para Paulão, mesmo contando com o apoio do PT e da CUT.


Sem dúvida, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas se tornou um marco para o movimento sindical alagoano. Conseguiu fazer o processo de ruptura em plena ditadura, fortalecer-se diante de sua base, servir de referência para outros sindicatos urbanos e rurais, teve a visão estratégica de ajudar a consolidar uma Central Sindical, evidenciou a importância do movimento sindical para o exercício da cidadania.

Uma das maiores preocupações do grupo que está, atualmente, na direção do Sindicato, tem sido a formação e conscientização política e social de seus membros. Desde 1989, são realizados congressos da categoria, a cada três anos, e ela mantém em seus planejamentos programa de formação política e sindical para dirigentes e base. Atualmente, o Sindicato possui um dos maiores índices de sindicalização do país: 90% dos trabalhadores e trabalhadoras das empresas que representa são sindicalizados.




F I L I A D O    À
                                           

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