segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Olhar social faz do desembargador Tutmés Airan um PONTO fora da curva ! ! !

A toga, vestuário que simboliza a magistratura, desde os romanos, lhe cabe ou lhe deixa, presume-se, confortável, quando sai das acomodações luxuosas do Tribunal de Justiça (TJ) e vai ao encontro da população em situação de rua

desembargador Tutmés Airan | Ascom TJ/AL


Por Geraldo de Majella

O desembargador Tutmés Airan (Arapiraca-AL, 1962) foi registrado em cartório e batizado, na Igreja Católica, com nome que remete à XVIII Dinastia egípcia de Tutmés I (1520 a.C. a 1492 a.C.). Essa referência não lhe subiu à cabeça.

Os faraós eram os reis do Egito Antigo. Detinham, em suas mãos, poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa, econômica e militar. O detalhe, nada irrelevante, na civilização egípcia: os faraós eram considerados deuses vivos.

No entanto, o arapiraquense torcedor do ASA e do glorioso Botafogo-RJ não tem qualquer ligação ou inspiração que seja com os faraós.

O desembargador Tutmés Airan, como é do conhecimento público, foi um ativo militante do movimento estudantil e, também, faz parte da geração que fundou o Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas. Essas credenciais são relevantes na construção da sua biografia como político que foi, e como jurista e acadêmico que é.

A toga, vestuário que simboliza a magistratura, desde os romanos, lhe cabe ou lhe deixa, presume-se, confortável, quando sai das acomodações luxuosas do Tribunal de Justiça (TJ) e vai ao encontro da população em situação de rua.

É quase uma pregação religiosa o desembargador falar com essa gente, nossos irmãos e irmãs, que se encontram numa situação degradante da condição humana. Nas ruas, são violentados, passam fome e, obviamente, numa sociedade tão excludente são invisibilizados.

A mensagem que o desembargador Tutmés Airan passa, com a sua atitude, é de que a luta pelos direitos humanos simboliza a fraternidade do cidadão individualmente e, também, mais fortemente, o chamamento do Estado para a implantação de políticas públicas que protejam os vulneráveis.

Os magistrados, entre os funcionários públicos, são os que cumprem uma função fundamental na democracia, a de julgar os cidadãos, fazendo valer a justiça. Essa possibilidade somente é factível nas democracias, em nenhum outro regime político é possível. Daí, o olhar humano sobre os pobres, os vulneráveis, os espoliados deve, ou teria de ser, a visão dos magistrados.

Não sou desse que cultuam divindades ou vive a procura de heróis. Reservo-me ao direito de expressar publicamente o que sinto e gostaria que fosse a regra e não a exceção.

O desembargador Tutmés Airan é um ponto fora da curva, tenho certeza, mas o facho de luz que tem acendido merece ser abraçado pela sociedade alagoana. Quando a luz se apaga o que emerge são as trevas.


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