CUT completa 35 anos em meio a maior luta da sua história
Com o golpe de 2016, a CUT enfrenta
mais uma vez um período de Estado de Exceção cuja luta para resgatar a
democracia no País passa pelas eleições deste ano, diz Vagner Freitas
Escrito
por: Tatiana Melim

28 de agosto
de 1983. Ditadura militar no Brasil. O país estava mergulhado numa crise
econômica e política. A inflação batia 150% ao ano, a dívida externa chegava a
US$ 100 bilhões, o desemprego e a fome cresciam e os salários ficavam cada vez
mais arrochados.
Foi nesse
contexto que mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil,
reunidos no galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz, em São
Bernardo do Campo, no ABC paulista, baseados em princípios de igualdade e solidariedade,
fundaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), atualmente maior central
sindical do país e da América Latina e a quinta maior do mundo.
1° Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, em São Bernardo do Campo
O plano de lutas aprovado pela CUT, no 1º
Conclat - Congresso Nacional da Classe Trabalhadora -, exigia o fim da Lei de
Segurança Nacional e do Regime Militar, o combate à política econômica do
governo, o fim do desemprego, a defesa da reforma agrária construída pelos
trabalhadores, reajustes trimestrais dos salários e liberdade e autonomia
sindical.
Nesta terça-feira (28), 35 anos depois, a CUT enfrenta mais
uma vez, desde 2016, um período de Estado de Exceção e luta contra um golpe que
retirou do governo uma presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, e
mantém há mais de quatro meses como preso político a maior liderança popular do
país, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nascemos do enfrentamento que ajudou a
derrubar a ditadura militar e deu início à redemocratização deste país.
Construímos tanto, que o atual golpe, em vez de destruir, fortaleceu ainda mais
a Central Única dos Trabalhadores, que está à frente de todos os enfrentamentos
contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas”, diz o presidente CUT,
Vagner Freitas.
Com 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões
de trabalhadores e trabalhadoras associados e 25,8 milhões em toda a base, “a
CUT segue sendo importantíssima para o Brasil, porque é uma instituição nascida
da luta em defesa da democracia, e não há democracia sem a CUT e seus
sindicatos, garantindo que a voz da classe trabalhadora seja ouvida e respeitada”,
diz Vagner, que ressalta: “a CUT nunca deixará de fazer a defesa da
classe trabalhadora, nosso compromisso histórico desde a fundação”.
“Apesar de tudo o que os golpistas vêm
fazendo desde 2016 para acabar com a estrutura e a organização sindical desse
país, eles não conseguiram e não conseguirão calar as nossas vozes, impedir a
nossa luta”, afirma o presidente da CUT.
Segundo ele, o povo brasileiro e a
comunidade internacional são testemunhas da capacidade de organização,
mobilização e resistência da CUT e dos seus sindicatos, tanto antes quanto
depois do golpe.
“A CUT sempre esteve nas ruas. Lutamos
contra a ditadura, contra a carestia e contra o golpe, que a mídia chamou
erradamente de impeachment. Não foi impeachment porque não foi comprovado crime
de responsabilidade”, pontua Vagner.
“E, nas ruas, construímos a maior greve
geral da história deste país contra a reforma da Previdência”, destacou Vagner,
se referindo ao dia 28 de abril de 2017, quando uma greve geral convocada pela
CUT e demais centrais paralisou o país e mobilizou 48 milhões de trabalhadores
e trabalhadoras.
AGÊNCIA PT/CUT-DF/ROBERTO
PARIZZOTTI/CONVERSA AFIADA/UGIRM
“Nas ruas e nos locais de trabalho”,
prossegue o dirigente, “combatemos as reformas e medidas recessivas que
retiraram direitos da classe trabalhadora. Nas ruas, defendemos as empresas e
bancos públicos, denunciamos o desmanche dos programas sociais. Nas ruas
lutamos, e continuaremos lutando, contra todo tipo de injustiça. Nas ruas,
defenderemos o direito de um operário disputar a Presidência da República”.
Eleições 2018 e a defesa da democracia
Para o presidente da CUT, o dia 7 de
outubro, primeiro turno das eleições de 2018, é mais um dia importante para a
classe trabalhadora ocupar as ruas e escrever mais um capítulo da história do
Brasil. “É o momento de estarmos nas ruas defendendo a democracia nesta que
será a eleição das nossas vidas”.
“É a oportunidade que teremos de
recuperar a legalidade democrática do país e eleger Lula, o melhor presidente
da história do país, segundo o povo brasileiro”.
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Confira o vídeo em homenagem aos 35 anos da CUT:
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