segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

2015, o ano que pode surpreender ! ! !

2015, o ano que pode surpreender

Uma frente de esquerda, formada pelos principais movimentos sociais, liderada, entre outros, pelo dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está em construção.

por: Saul Leblon



A palavra   incerteza  comanda a passagem de 2014 para o Brasil de 2015, mas o chão mole do calendário político registra agora uma auspiciosa pavimentação de terra firme que pode surpreender.

Uma frente de esquerda formada pelos principais movimentos sociais  brasileiros,  tendo à frente, entre outros, o dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está em formação no país.

Não é ainda a alavanca capaz de reverter a ofensiva conservadora em marcha batida na sociedade. Mas tem potência para isso.

Tem, sobretudo, capacidade para sacudir uma correlação de forças na qual as elites mastigam a margem de manobra do  segundo governo Dilma entre os dentes da fatalidade econômica e do engessamento político.

A iniciativa dos movimento sociais, apoiada por partidos de esquerda, conta com um incentivo sintomático  da gravidade dos dias que correm: o do ex-presidente Lula e, portanto, de uma parte significativa do PT.

Tem, ademais, um precedente revelador.

Ela vem se somar a uma mobilização equivalente, iniciada há cerca de um mês, para reaproximar intelectuais de esquerda  e construir um contraponto de ideias progressistas ao agendamento conservador da sociedade, martelado diuturnamente pelo jogral midiático.

Trata-se de uma usina de respostas à espiral regressiva; uma caixa de ressonância de intelectuais cidadãos.

Esse polo de debate e combate foi oficializado no dia 15 de dezembro, em evento em São Paulo, com o nome de Fórum 21.

A primeira assembleia, no Sindicato dos Engenheiros, elegeu como uma de suas vértebras a luta pela democratização dos meios de comunicação.

Presente no lançamento, o secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Juca Ferreira, afirmou que os meios de comunicação são o principal obstáculo ao debate crítico dos reais desafios brasileiros.

‘Precisamos iniciar uma reconstrução programática que supere nosso próprio desgaste, mas essa tarefa requer um ambiente midiático oposto ao atual,  concentrado e carente de regras democráticas’, disse Ferreira.  (leia  ‘Para Juca Ferreira, falta de democracia da mídia substituiu censura do regime militar’, nesta pág).

A importância descomunal da imprensa na luta política não é assunto estranho à reflexão intelectual  desde que Gramsci (1891-1936) o incorporou a sua obra.
Na Itália, a fragilidade das estruturas partidárias, ao lado das dificuldades impostas por uma unificação feita de instituições ralas e abismos sociais e regionais profundos, fez com que os jornais assumissem funções de verdadeiros partidos, ensinou o pensador comunista.

As semelhanças meridionais com o subdesenvolvimento tropical não são negligenciáveis.

Nos anos 90, Celso Furtado costumava explicar pacientemente aos jovens jornalistas – os poucos que ainda procuravam o grande economista brasileiro taxado de jurássico pela emergente agenda tucana— que o ‘populismo’, ao contrário da demonização que lhe atribuíam as elites, refletia o vácuo histórico de uma sociedade pouco sedimentada institucionalmente, capturada pelas mandíbulas de um capitalismo de fronteiras indivisas.

O Estado e os líderes carismáticos compensavam o oco político falando direto às massas. E intervindo na economia para organizar a luta contra o subdesenvolvimento.

A colisão entre esse improviso de poder popular e o diretório midiático gerou entre nós alguns capítulos pedagógicos.

O suicídio de Vargas foi um deles.

O criador da igualmente por isso maldita Petrobras apertou o gatilho para não ceder à pressão insuportável do denuncismo lacerdista, que exigia sua renúncia em emissões sistemáticas através da rádio Globo, dirigida então pelo jovem udenista Roberto Marinho.

O Brasil era descrito como um mar de lama.

É dispensável enfatizar as semelhanças com a pauta e os métodos abraçados agora pelos grandes veículos de mídia em sintonia com a oposição conservadora ao governo Dilma, ao PT e ao ‘lulopopulismo’ econômico.

O Fórum dos intelectuais  e a frente de movimentos sociais  emergem como o contraponto mais importante a isso, desde a vitória de Dilma em 26 de outubro.
O conservadorismo atordoa o discernimento da sociedade desde então com uma escalada vertiginosa de iniciativas.

Habilidosamente, equipara-se combate à corrupção à demonização do polo progressista, no qual se espeta o selo da degeneração política, associada a práticas econômicas ‘intervencionistas’.

A ideia de uma salubridade externa à história, tomada como referência limpa e boa na construção da sociedade, é um daqueles mantras aos quais se agarram os interesses dominantes de todos os tempos.

A depender da conveniência, essa salubridade poderá vestir a toga da judicialização da ‘má política’. Ou a gravata técnica dos centuriões que falam em nome da proficiência dos mercados para dar o rumo ‘correto’ à economia.

Ou ainda encarnar no monopólio de um dispositivo midiático que se avoca a prerrogativa de um Bonaparte, a emitir interditos e sanções em defesa dos interesses particulares apresentados como os de toda a nação.

Hoje, o objetivo desse aluvião é o impeachment de Dilma ou o sangramento irreversível de seu governo, e das forças que o apoiam, bem como das ideias que as expressam. Até o seu sepultamento histórico em 2018.

Semanas após a vitória progressista nas urnas, quando o governo parecia hipnotizado pelo serpentário golpista que havia subestimado,  e por isso não se preparado para defender o escrutínio popular, Carta Maior indagava:

‘O que se pergunta ansiosamente é se  Lula já conversou sobre isso com Boulos, do MTST; se Boulos já conversou com Luciana Genro; se Luciana Genro já conversou com a CUT ; se a CUT já conversou com Stédile; se todos  já se deram conta de que passa da hora de uma conversa limada de sectarismos e protelações, mas encharcada das providencias que a urgência revela quando se pensa grande. Se ainda não se aperceberam da contagem regressiva que ameaça o nascimento de um Brasil emancipado e progressista poderão ser avisados de forma desastrosa quando o tique taque se esgotar’.

A boa nova na praça é que a conversa começou.

O desafio de vida ou morte consiste agora em restaurar a transparência dos dois campos em confronto na sociedade.

Na aparente neutralidade de certas iniciativas pulsa, na verdade, a rigidez feroz dos interesses estruturais por elas favorecidos.

O melhor solvente para essa tintura é a ampla participação popular no debate e nas decisões que vão definir a rota do futuro brasileiro.

 O país, desde 2003, e com todas as limitações e contradições intrínsecas a um governo de base heterogênea-- tem figurado aos olhos do mundo como uma das estacas da resistência latino-americana à retroescavadeira ortodoxa, que demole e soterra direitos sociais e soberania econômica urbi et orbi.

Essa resistência criou um dos maiores mercados de massa do planeta em uma demografia de 202 milhões de habitantes.

O assoalho macroeconômico range e ruge  sob o peso da inadequação entre a emergência dessa nova força motriz  e as estruturas rigidamente pensadas para exclui-la do mercado e da cidadania.

A solução da 'agenda técnica’ é higienizar a sujeira do intervencionismo público em todas as frentes, devolvendo o mando do jogo à faxina  autorreguladora  dos mercados.

Sobrepor o interesse privado aos da sociedade implica capturar o sistema democrático integralmente para esse fim.

Era esse o objetivo dos candidatos conservadores derrotados em outubro.

Não era apenas uma disputa presidencial. Mas um capítulo do embate inconcluso pelo comando do desenvolvimento brasileiro.

Daí a ilusão de se supor que concessões pontuais vão saciar o agendamento derrotado nas urnas.

Não será a adoção homeopática de sua farmacopeia que o fará recuar.

O discernimento daquilo pelo que se luta, e contra quem se travará a batalha dos próximos dias e noites, é crucial para os interesses populares afrontarem a avalanche em curso.

Essa é uma batalha entre a democracia social e as forças regressivas que se insurgiram contra a sua construção em 32, 54, 64, 2005, 2006, 2010 e 2014.

Tornar esse divisor visível aos olhos da população requer um símbolo de magnetismo equivalente à dimensão das tarefas que essa agenda encerra em termos de organização e  repactuação do país com o seu desenvolvimento.

Requer o nascimento de uma frente  de esquerda que, à semelhança do ‘Podemos’, na Espanha, guarde incontrastável vinculação com as urgências populares. Mas também  encerre um denso discernimento das contingencias globais, que não podem ser abduzidas pelo imediatismo corporativista.

Embora o martelete midiático tenha disseminado a bandeira do antipetismo bélico, a ponto de hoje contagiar setores amplos da classe média, o fato é que esse trunfo conservador  ainda não reúne a energia necessária para  inaugurar  uma nova ordem.

O pântano, por enquanto, o satisfaz.

Ele desarma a sociedade e  exaspera a cidadania.

Dissemina um sentimento de impotência diante das urgências de uma  transição de ciclo econômico marcada por uma correlação de forças  instável,  desprovida de aderência institucional , ademais de submetida à determinação de um  capitalismo global  avesso a qualquer  outro ordenamento  que não  o vale tudo dos mercados.

A força e o consentimento necessários para conduzir  esse  ciclo em uma chave que não seja a do arrocho requisitam o salto de articulação social que agora se ensaia.

O caminho oposto é o da treva.

A regressividade conservadora predominante na Itália após o ‘Mãos Limpas’, nos anos 90, não é uma miragem; é um risco real em sociedades desprovidas de representação política forte e organização social mobilizada (leia ‘Mãos Limpas; e depois, Berlusconi?’; nesta pág).

 Lá como aqui o lubrificante do retrocesso foi a prostração progressista e a incapacidade da esquerda e dos democratas de construir um repto histórico de esperança para engajar a sociedade no comando do seu destino.

 A gravidade dos desafios embutidos no calendário de 2015 é de ordem equivalente.

Saber onde estão as respostas e reunir a energia política capaz de validá-las é trunfo valioso.

É esse o significado encorajador da nascente frente de esquerda dos movimentos sociais e da usina de intelectuais cidadãos reunidos no Fórum 21.

São sinais de um aggiornamento em curso na vida política nacional.

Mas que já extrapolam a mera formalidade da travessia gregoriana, para emprestar a 2015 a dimensão e o desassombro de uma verdadeira renovação histórica.

Que assim seja um bom ano novo, são os votos que Carta Maior tem a certeza de compartilhar com seus leitores e com a imensa maioria do povo brasileiro.

PITACO DO DIA ! ! !

PITACOS DO DIA

BLOG CONVERSA AFIADA
                                                         Paulo Henrique Amorim


“Merval, quem chora é o Aécio, eleito o pior senador do Brasil”
Dilton

“Aécio perdeu perdendo”
Luisa

“Aécio se vinga e elege a Veja como a pior revista”
March

domingo, 28 de dezembro de 2014

Um análise sério, realista, sensato e equilibrado de um dos melhores blogueiros do Brasil ! ! !

Ajudem Dilma a ajudar o Brasil

dilma-tortura


Há uma diferença fundamental entre os interesses do povo e os dos operadores políticos, tais como os partidos ou os controladores dos grandes meios de comunicação. Essa confusão que a sociedade faz a leva, muitas vezes, a confundir seus interesses com os interesses dos que não são tão afetados – ou que não são afetados tão facilmente – pelas condições gerais do país.
De meados de 2013 para cá, a disputa política alcançou um nível de radicalização que está literalmente afundando o país – e, o que é pior, com a complacência e até com o estímulo da sociedade civil, ou de grande parte dela.
Fosse o Brasil um país menos rico e pujante, diante da quantidade de sabotagens que tem sofrido por parte de grupos políticos, a esta hora certamente estaríamos amargando uma depressão econômica de proporções cataclísmicas. Boa parte dessa resistência da economia à sabotagem política, porém, deve-se à capacidade da presidente Dilma Rousseff de manobrar em meio ao caos.
Comparo o Brasil de hoje com alguém que sofre de uma grave moléstia. Talvez uma tuberculose, que tem cura mas pode matar se o paciente não for preservado de condições adversas e não receber o tratamento adequado.
Este texto irá mostrar que o paciente, em vez de ser mantido em condições adequadas, está sendo submetido a um verdadeiro corredor polonês.
A partir de setembro de 2008, o mundo ingressou em uma gravíssima crise econômica internacional, considerada por quase todos os mais eminentes analistas e estudiosos econômicos como a maior desde a Grande Depressão de 1929. Essa foi a primeira etapa de uma crise que, seis anos depois, ainda se faz sentir pelo mundo.
Em um primeiro momento daquele 2008, o país sentiu os efeitos do verdadeiro pânico mundial que se instalou a partir da quebra do banco dos irmãos Lehman, nos EUA. Poderia ter sentido menos, no entanto, se, internamente, não tivesse sofrido uma sabotagem.
Estávamos à porta de um ano pré-eleitoral (2009). Focando a sucessão de Lula em 2010, a mídia tratou de inflar a crise por aqui, com vistas a fazer a economia piorar para que o país chegasse até lá em recessão, facilitando a vitória de José Serra, então visto como o grande nome da direita para reverter o processo de distribuição de renda em curso no país desde 2003.
Assim como hoje, a tática adotada pela mídia conservadora no primeiro momento da crise foi espalhar o pânico, de modo a fazer com que os empresários não apenas paralisassem investimentos como, também, passassem a demitir, o que, por certo, colocaria o povo contra Lula. Assim, entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009, houve uma grande onda de demissões no país. Mais de OITOCENTOS MIL empregos foram exterminados naquele período sob um fenômeno que já entrou para os anais da história: as “demissões preventivas”.
Este blogueiro, que também atua no setor de comércio exterior como trader (vendedor internacional) autônomo, presenciou in loco esse fenômeno das “demissões preventivas”. Uma das indústrias que representava demitiu 20% dos seus 200 empregados como meio de se “prevenir” contra a crise que estava chegando.
Ao saber daquilo, conversei com o proprietário da empresa – ainda que, como autônomo, a medida draconiana da empresa não me afetasse diretamente. Perguntei a ele se havia razão concreta para uma medida tão draconiana. Descobri, então, o que significava a expressão “demissão preventiva”.
Estupefato, fiquei sabendo que a empresa continuava faturando praticamente a mesma coisa e que quase um quarto dos funcionários fora demitido a um mês do Natal por temor do que a mídia anunciava. Quarenta pais de família foram demitidos porque o dono da empresa leu no jornal que havia que “se adequar aos novos tempos que viriam”.
Cerca de cinco meses depois, lá por abril de 2009, a empresa começou a tentar trazer de volta os demitidos, ainda que muitos já tivessem conseguido novo emprego. Ao fim, o custo daquele empresário com as demissões foi maior do que o custo com os salários que teria pago se não tivesse demitido.
A partir daquele final de 2008, Lula fez o que restava ao governo fazer para impedir um cataclismo social: usou os investimentos públicos para reaquecer a economia. O BNDES e os demais bancos públicos aumentaram exponencialmente os empréstimos, elevando a taxa de concessão de crédito e impedindo a economia de afundar. E programas imensos de obras públicas, como o PAC, foram implantados.
Eis que o Brasil chega a 2010 com um nível de crescimento chinês (quase 8%). Lula faz a sucessora até com certa facilidade e José Serra sai da campanha eleitoral desmoralizado, pois estivera entre os arautos do desastre anunciado, prevendo que o Brasil iria ao inferno por conta de uma crise que ainda demoraria alguns anos para se fazer sentir de verdade no país.
A crise mundial de 2008 teve como motor, basicamente, a retração dos investimentos e do comércio internacional dos países ricos, ou seja, dos Estados Unidos e da Europa. Porém, como o comércio exterior representa cerca de um décimo do Produto Interno Bruto brasileiro, a forte redução do comércio internacional pouco nos afetou, pois a redução da atividade econômica internacional foi compensada pelo nosso gigantesco mercado interno.
Ironicamente, este blogueiro, apesar de apoiar os governos do PT desde a primeira hora (2003), foi muito mais afetado pela crise internacional do que a quase totalidade dos brasileiros, pois se dedicava – como continua se dedicando – ao comércio exterior.
Eis que chega o primeiro ano do primeiro governo Dilma. A presidente chega ao poder com um país economicamente arrumado, com a economia em ritmo forte. Porém, Dilma sofria de um erro de avaliação. Estava convencida de que a guerra com a mídia que permeou a maior parte dos dois governos Lula, poderia acabar com alguns gestos de boa vontade.
Triste engano do qual ela só se daria conta plenamente a partir do junho negro de 2013.
Voltando à história, em 2011 o ministério recém-montado por Dilma foi sendo desmontado pela mídia. A partir da queda do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por conta de ter comprado um imóvel caro – ainda que não houvesse qualquer irregularidade –, assim como este Blog vaticinou à época que ocorreria se a presidente cedesse aos pedidos da cabeça dele, os demais ministros foram caindo um a um.
A progressiva destruição do ministério só foi interrompida quando chegou ao então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, amigo íntimo de Dilma.
Uma dessas demissões de ministros em 2011, porém, entrou para a história como uma das maiores injustiças que se viu na política brasileira. O comunista Orlando Silva, ministro do Esporte, foi demitido pelas acusações de um bandido. Porém, nada nunca se comprovou contra ele. Mas ficou por isso mesmo.
O pior é que, assim como hoje, o estopim da primeira crise do governo Dilma (2011) foi aceso pelos mesmos setores da esquerda – inclusive do PT – que agora tratam de torpedear o ministério recém-anunciado por Dilma.
Esses setores não gostavam do perfil do petista Palocci. Atribuíam a ele políticas “neoliberais” do governo Lula que nunca foram de Palocci, mas do próprio Lula, conforme ele me relatou em encontro que tivemos em junho deste ano, quando também revelou que o imóvel que derrubou Palocci não passava de um apartamento de classe média alta num bairro nobre, apesar de ter sido pintado como “uma mansão”.
Enfim, apesar de Dilma ter interrompido o boliche midiático de ministros de 2011, a mídia se conformou temporariamente e 2012 foi um ano tranquilo, politicamente, ao menos até agosto, quando teria início o julgamento do mensalão.
O interlúdio do bombardeio político-midiático ocorreu apenas porque os que bombardeavam contavam com os efeitos políticos do julgamento do mensalão. No entanto, esses efeitos só começariam a se fazer sentir alguns meses depois do fim daquele processo no STF.
Em junho de 2013, eclodem as famigeradas “jornadas de junho”, um processo que congregou a ultraesquerda e a ultradireita, que marcharam lado a lado brandindo as condenações do julgamento do mensalão, tachando o PT de “partido da corrupção”, chegando ao cúmulo de expulsarem petistas de manifestações aos socos e pontapés.
Em míseros 30 dias, a popularidade de Dilma caiu quase pela metade. Na primeira semana de junho de 2013, a gestão dela era considerada boa ou ótima por 57% dos brasileiros. Três semanas depois, apenas 30% aprovavam seu governo. Nunca se viu fenômeno igual na história recente.
Devido à convulsão social que tomou conta do país a partir de um movimento desencadeado pela ultraesquerda sob uma desculpa esfarrapada – um aumento de míseros 20 centavos no preço das passagens de ônibus em São Paulo –, alguns governantes de direita sentiram um pouco desse efeito político negativo, mas logo se recuperaram porque aquele movimento visava, basicamente, desmoralizar o governo Dilma e o PT.
Alckmin, que ajudou a inflar aquela crise pondo a sua polícia para espancar manifestantes, reelegeu-se neste ano, em primeiro turno, com votação recorde. Enquanto isso, Dilma quase perdeu a eleição, o que mostra que foi a principal vítima das jornadas de junho, apoiadas pelos mesmos que apoiaram a derrubada de Palocci em 2011, o que fez Dilma perder o seu primeiro ano com o boliche ministerial.
Em 2014, ano de Copa do Mundo, os grupos de esquerda e ultraesquerda que, aliados até a neonazistas em junho de 2013, ajudaram a desestabilizar Dilma politicamente, voltaram à carga com o movimento “Não Vai Ter Copa”. Eis que o Brasil chega à competição desanimado, prevendo desastre na organização do evento, mas vitória em campo.
Ocorreu o contrário. A organização do evento foi um êxito total, mas, em campo, a Seleção jogou como se estivesse em campo adversário e sofreu uma derrota acachapante. Muitos acreditam – eu entre eles – que o clima político interferiu no psicológico dos jogadores.
A derrota em campo na Copa ofuscou a vitória fora de campo, na organização. Eis que os brasileiros chegam à eleição presidencial mal-humorados contra Dilma, que, por pouco, não foi derrotada, o que só não ocorreu porque aquele que poderia vencê-la é tão ruim que assustou a maioria dos brasileiros com propostas que deixaram claro que promoveria uma grande recessão, com demissões em massa e arrocho salarial.
Esse flashback histórico que você acaba de ler serviu como pano de fundo para a gestão da economia ao longo dos quatro anos que se completarão no próximo dia 1º de janeiro.
A pergunta que se faz, portanto, é sobre como Dilma conseguiu manter o desemprego em queda e os salários em alta diante de uma hecatombe política dessa magnitude. Quantos países resistiriam a uma sabotagem como essa?
Apesar de Dilma ter preservado a qualidade de vida do povo, o crescimento despencou. Porém, não despencou a ponto de virar recessão, como seria natural em uma situação de quase guerra civil que o país vem vivendo desde meados de 2013.
O terrorismo econômico da mídia já dura mais de seis anos inibindo investimentos. Nos primeiros dois anos, não teve sucesso. Mas, a partir do fim de 2012, esse terrorismo conseguiu praticamente paralisar a economia, que só não parou completamente porque Dilma vem tocando programas gigantescos de obras de infraestrutura.
Contudo, cumpre-me vaticinar que os elementos que vêm minando o governo Dilma desde 2011 já começam a produzir os efeitos pretendidos por seus autores. Já são 6 anos de bombardeio econômico e 12 anos de bombardeio político ininterruptos. E, o que é pior, um bombardeio que parte da direita, mas que também parte da esquerda, ou de setores da esquerda.
Os mesmos grupos políticos de esquerda que geraram o boliche ministerial em 2011, que convulsionaram o país em 2013, que transformaram a Copa do Mundo em um desastre político em 2014, agora ensaiam novas ações em 2015 que podem, no limite, custar o mandato de Dilma e a ascensão de um governo que, ironicamente, irá penalizar muito mais os setores da esquerda que tanto têm colaborado com a direita.
Concluo este arrazoado, pois, com um apelo aos setores da esquerda que até podem achar que estão no caminho certo, mas que, em verdade, estão causando um mal terrível ao país: deixem a presidente Dilma respirar.
Parem de colaborar com essa direita fascista, racista, que, na verdade, quer acabar com setor da esquerda que tanto a tem ajudado.

Fonte: Eduardo Guimarães do BLOG DA CIDADANIA



ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste BLOGUEIRO. 

Uma família de gosto refinado ! ! !

este blogueiro com os músicos de OS NONATOS
dia 15 nov 2008

Na noite de ontem, 27, fui apresentado pelo meu mais novo amigo que adquiri neste ano findo, o Manoel Rodrigues, que residente no mesmo residencial que eu, uma família de gosto musical refinado. Isso foi lá no Mercado do Artesanato Margarida Gonçalves, centro de Arapiraca, interior de Alagoas. Genitores e filha “curtem” a maior dupla do cancioneiro mundial: OS NONATOS.

Raimundo Nonato Neto nasceu na cidade paraibana de Cachoeira dos Índios no dia 11 de agosto de 1970 e Raimundo Nonato Costa, cearense de Santana do Acaraú, em 12 de novembro de 1969. Essa dupla fantástica esteve em nossa cidade, pela primeira vez, no VI Festival do Repente, Poesia e Viola no dia 15 de novembro de 2008 (foto acima) e, neste 2014, dia 17 de maio (foto abaixo).

Foi muitíssimo gratificante conhecer pessoas deste quilate, que fogem da mesmice que campeia nossa “quase” falida música popular brasileira atual.

Para nossa FELICIDADE, com certeza, outros momentos felizes, como aquele, deverão acontecer no ano que se aproxima.

Axé para todos.

A Síndrome de Capitu ! ! !

Síndrome de Capitu

O Brasil já tem presidente para os próximos quatro anos, o que está faltando é oposição responsável. A que existe sofre da mesma síndrome de Bentinho.

O texto abaixo foi publicado no dia 6 deste mês, intitulado “Síndrome de Capitu”, onde critica a falta de uma oposição responsável no Brasil. Abaixo a íntegra de sua última coluna no jornal "Estado de Minas".

João Paulo Cunha - Estado de Minas

Existem duas verdades aparentemente óbvias que, no entanto, não têm ficado suficientemente claras para muita gente: o país mudou e a eleição já acabou. A insistência em dar continuidade ao processo que elegeu Dilma Rousseff poderia ser apenas um luto mal vivido, mas tende a se tornar perversa no campo político. Por outro lado, a recusa em enxergar a nova configuração da sociedade, resultado de seguidas políticas de distribuição de renda e inclusão social, pode gerar um impulso no mínimo grotesco em suas alusões reativas e chamamentos à ditadura.

É preciso ir adiante. A oposição, certamente, saiu fortalecida do resultado eleitoral bastante parelho. Mas corre o risco de jogar fora esse crescimento quantitativo em nome de um comportamento pouco produtivo em termos políticos. Em vez de jogar com seu eleitor fiel, interpreta os votos de acordo com suas conveniências e joga para a plateia pelos meios de comunicação, sem perceber que essa falácia já mostrou ser um paradoxo invencível: tem mais brilho que consistência, mais efeito que substância, mais eco que voz.


A oposição de hoje parece viver, no campo da política, o que Bento Santiago, o Bentinho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, viveu em seus tormentos de alma: se perde na fantasia da traição (mesmo que ela tenha sido real). Para lembrar sumariamente o enredo do romance, Bentinho se apaixona por Capitu, desde logo apresentada como portadora de “olhos de ressaca”. São jovens de classes sociais distintas. Um arranjo permite o casamento. Logo Bentinho, já pai e bem posto na vida como advogado, desconfia que está sendo traído pela mulher com o melhor amigo, em quem vê semelhança com o filho. O casal se separa, o filho morre e Bento, sozinho, leva adiante sua sina de ser casmurro e sofrer com a desconfiança até o fim da vida.

Machado de Assis, como sempre, ao falar de seus personagens, está figurando a sociedade de seu tempo. Bentinho não sofre só pela traição, mas porque não entende que o mundo mudou. Não pode aceitar que a sociedade republicana deixou para trás as amarras elitistas do Segundo Reinado e da escravidão. Bento não reconhece a mulher, a sociedade, a história. Não pode aceitar que ela tenha uma vida independente e autônoma. Tudo que ele não compreende o ameaça. Capitu não é apenas a mulher, mas tudo que perdeu em seu mundo de referências que se esvaem. Mais que sexual, a traição é histórica. Homem de outro tempo, só resta a ele tentar convencer ao leitor e a si próprio de seu destino de vítima. E soprar um melancólico saudosismo acerca dos tempos idos, que busca reconstruir em sua casa feita à semelhança do lar da meninice.

O Brasil tem uma recorrente síndrome de Capitu: tudo que a elite não tolera se torna, por meio de um discurso marcado pela força jurídica e da tradição, algo que deve ser rejeitado. Eternos maridos traídos. A tendência de empurrar a política para os tribunais é uma consequência desse descaminho. Assim, tudo que de alguma forma aponta para a mudança e ampliação de direitos é considerado ilegítimo e, em alguns momentos, quase uma afronta que precisa ser questionada e combatida. Foi assim com a visibilidade dada aos novos consumidores populares (que foram criminalizados em rolezinhos ou objeto de ironia em aeroportos), com as cotas raciais para a universidade, com a chegada de médicos estrangeiros para ocupar postos que os brasileiros, psicanaliticamente, denegaram.


O romance de Machado de Assis tem ainda outro personagem curioso para a sociologia e psicologia do brasileiro, o agregado José Dias. Trata-se de um homem que vive às expensas da família de Bento e que, por isso, não cessa de elogiar quem o acolhe. Típico representante de certa classe média, ele é o bastião dos valores da burguesia da época, da qual só participa de esguelha. Mais burguês que os burgueses, em sua subserviência, ele gasta os superlativos e a vida a invejar e defender os “de cima”, com pânico de ser confundido com os “de baixo”. Epígonos de José Dias, hoje, são os que amam Miami, levam os filhos para ver o Pateta e participam de passeatas pedindo a volta dos militares.


Leviandade


Mas o que a síndrome de Capitu tem a ver com a política brasileira de hoje? Em primeiro lugar, ela explica por que, em vez de armar uma oposição de verdade, os partidos derrotados tentam inviabilizar a sequência do processo democrático. Em segundo lugar, pela defesa da dupla moral, que desculpa os erros do passado por causa da dimensão dos desvios de hoje, numa reedição do estilo udenista e despolitizador de analisar a conjuntura. Tudo que pode de alguma forma macular a oposição é considerado “sórdido” e “leviano”, numa substituição da política pela moral de circunstância. A corrupção, com sua espantosa abrangência, precisa ser combatida em toda sua dimensão e arco histórico. Nenhum culpado pode ficar de fora, de empresários a políticos de todos os partidos.

Por fim, a personagem machadiana ajuda a explicar a fixação em torno de determinados temas – no romance, é a traição, na vida política atual, é a inflação –, que são muito mais derivações que propriamente o que de fato interessa. A escolha dos ministros da área econômica mostrou como mesmo um governo popular e eleito democraticamente confirma as intuições de Machado de Assis. A excessiva submissão aos interesses rentistas pode ser um recuo estratégico. Mas é um recuo. Uma capitulação.
 
Economia não é uma ciência exata e, muito menos, isenta de componente ideológico. Um governo de esquerda precisa de uma política econômica de esquerda. Além do equilíbrio macroeconômico, o mais importante é apontar as estratégias de distribuição de renda e de investimento na área social. O deus Mercado não pode falar mais alto que os filhos de Deus. No complexo tecido que sustenta a governança, a presença das forças populares não pode ser colocada em segundo plano, como vem sendo até agora. A excessiva sujeição ao cálculo do apoio político está na base da grande corrupção que hoje enoja a todos. Por isso a reforma política popular se tornou a agenda prioritária da sociedade.
 
A oposição, por sua vez – e o senador Aécio Neves, candidato derrotado como seu nome de maior destaque –, tem uma tarefa a cumprir: dar um passo à frente no jogo político, com a grandeza que o momento requer. O que ainda está devendo.
 
Bentinho perdeu sua vida ao ficar preso a um passado de desconfianças que, de resto, até hoje divide as opiniões. Há grandes projetos que impulsionam uma vida e moldam expectativas de futuro, algo que ganhou o belo nome de utopia. Há, entretanto, obsessões que paralisam pelo rancor e ressentimento. Bentinho, é bom lembrar, nunca mais foi feliz. Foi ele mesmo o criador e a vítima da síndrome que o consumiu.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Análise primoroso de um artigo elegante ! ! !

Política, opinião e cultura em parceria com Brasil
247


A PIADA PRONTA DO

BOLIVIARIANISMO PATRONAL


collage



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A demissão de João Paulo Cunha, editor de cultura do jornal Estado de Minas, publicação de maior circulação naquele estado, ajuda a colocar um traço de realismo ao debate sobre liberdade de imprensa no Brasil.
É uma piada pronta, que ajuda a lembrar que vivemos um regime que deveria ser definido como bolivarianismo patronal.
Todos lembram de uma noite recente em São Paulo, quando jornalistas subiram ao palco de uma cerimônia de premiação para dizer em tom dramático: “não ao controle social da mídia.” É disso que estamos falando.
Embora estejamos falando de um direito constitucional, na vida real da imensa maioria de jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV do país o exercício da liberdade de expressão vive limitado por uma prerrogativa de classe.
Pode  ser exercida pelos donos da empresa, seus familiares e uma pequena elite de profissionais autorizados. E só.
Aos demais jornalistas está reservada a função de apurar o que pedem e escrever o que mandam, num regime de cima para baixo que não é exagero comparar com hierarquia militar.
A linguagem panfletária, editorializada, reflete a falta de debate interno. A edição seletiva, dirigida para ressaltar um ponto de vista pré-definido, expressa a mesma situação.
Profissional diferenciado, há 18 anos no Estado de Minas, João Paulo pediu demissão ao ser informado pela direção da publicação que não estava mais autorizado a escrever sobre assuntos políticos.
A decisão foi tomada depois da publicação de um artigo no qual o autor ousava fazer uma observação em tom crítico ao senador e ex-candidato presidencial Aécio Neves. Convém atentar para dois detalhes. O artigo foi publicado em 12 de dezembro de 2014, ou seja, um mês e meio depois que Aécio já tinha sido derrotado por Dilma Rousseff, quando os votos já haviam sido contados e o resultado da eleição já fora anunciado. Seria impossível, portanto, imaginar que João Paulo tivesses a intenção de usar as páginas do Estado de Minas para pedir votos para a adversária de Aécio nas páginas de um jornal que defende a candidatura presidencial do senador mineiro desde 2010, quando ele sequer concorria  ao Planalto.
Outro aspecto é que não se trata de um artigo que julgasse Aécio Neves como um político bom ou ruim. Fazia uma crítica a sua postura depois da derrota, quando Aécio e o PSDB partiram para a ignorância: tentaram impugnar as urnas e estimularam protestos que pediam golpe de Estado. Num texto denso, refletido, verdadeira glória da imprensa brasileira de nossos dias, onde é raro ler-se um material de qualidade equivalente, João Paulo comparou Aécio a Bentinho, o personagem de Machado de Assis que não consegue compreender o que acontece no mundo – nem com a mulher Capitu, suspeita de adultério.
Vamos ler um trecho do artigo, chamado Sindrome de Capitu:
“Bentinho não sofre só pela traição mas porque não entende que o mundo mudou. Não pode aceitar que a sociedade republicana deixou para trás as amarras elitistas do Segundo Reinado e da escravidão. (…) Tudo o que ele não compreende o ameaça.”
Outro parágrafo:
“O Brasil tem uma recorrente síndrome de Capitu: tudo que a elite não tolera se torna, por meio de um discurso marcado pela força jurídica e da tradição, algo que deve ser rejeitado. Eternos maridos traídos. A tendência de empurrar a política para os tribunais é uma consequência desse descaminho. Assim, tudo que de alguma forma aponta para a mudança e ampliação de direitos é considerado ilegítimo e, em alguns momentos, quase uma afronta que precisa ser questionada e combatida. Foi assim com a visibilidade dada aos novos consumidores populares (que foram criminalizados em rolezinhos ou objeto de ironia em aeroportos), com as cotas raciais para a universidade, com a chegada de médicos estrangeiros para ocupar postos que os brasileiros, psicanaliticamente, denegaram.”
A leitura desses parágrafos – o texto integral pode ser encontrado na internet – mostra uma produção intelectual sofisticada, a altura das complexidades de um país como o Brasil em 2014. Não estamos falando de um panfleto. O tom é profissional, de quem sabe seus limites e conhece as fronteiras de quem faz a dissidência num ambiente geral hostil.
O vigor intelectual contrasta com uma certa  timidez política, até.
E aí chegamos ao verdadeiro bolivarianismo de nossas terras. Qual a liberdade que ameaça nossos Bentinhos? Qual seu temor?
Ao falar de uma elite de “eternos maridos traídos”, João Paulo toca no ponto central de nossa democracia, regime que pode ser aceito, preservado e até celebrado – enquanto o povo não ousa ultrapassar determinados limites e fronteiras. Quando isso acontece, considera-se traição – e isso é imperdoável.
Esse é o drama da liberdade de expressão e da democratização dos meios de comunicação. A luta contra a censura foi bem-vinda enquanto auxiliou os donos de jornal a livrar-se das botas e tanques de um regime que haviam ajudado a colocar de pé.
Foi uma causa justa correta, vamos ter clareza.
Quando se procura ampliar o espaço para que o conjunto da sociedade possa se manifestar, num movimento que apenas fortalece a democracia, e é coerente com as mudanças sociais que ocorreram no país na última década, a reação é falar em bolivarianismo, sem receio de produzir uma fraude. Quem censura? Quem cala o outro lado? Quem oprime?
Até dá para entender. Só não dá para aceitar.
“Síndrome de Capitu” é um trabalho de gabarito, que não se lê todos os dias, que coloca a política em outro plano, da discussão cultural. Ajuda a pensar o país – e é isso que se proibiu

Bonner, a menina dos Marinhos ! ! !


                                                                                                     Extraído "De Poços 10"

Que "grobo" escrota ! ! !

Graça Lago, “enojada e revoltada”, com o prêmio do Faustão a William Bonner: “Meu pai, Mário Lago, merece respeito!”

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do Facebook, dica enviada por Luana Tolentino
Mario Lago

PS 1 do Viomundo: Assinamos embaixo, Graça. Somos solidários a você. O maravilhoso Mário Lago,  grande comunista das antigas, não merecia tamanha indignidade. Foi um insulto à sua memória.

PS 2 do Viomundo: Se você fosse convidado a aplaudir seu chefe publicamente correndo o risco de ser retaliado se não o fizesse, o que faria? Isso configura assédio.

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Pois os jornalistas da Globo se sentiram obrigados pela emissora a participar da homenagem a William Bonner exibida no Faustão. Repórteres e editores de São Paulo, Rio, Brasília, Recife, Nova York e Londres apareceram batendo palmas para Bonner.

Mas, segundo Daniel Castro, na sua coluna de TV no UOL,  não foi uma homenagem espontânea. Os jornalistas foram convocados por seus chefes a se reunirem nas redações e aplaudir o editor-chefe do Jornal Nacional.  Para quem não sabe, Bonner tem o poder sobre quem coloca ou não matéria no JN. Portanto, quem não aplaudiu que se prepare.

PS 3 do Viomundo: Esse episódio faz lembrar o famoso abaixo-assinado de apoio a Ali Kamel,em 2006. Ele foi  urdido depois da famosa capa da revista CartaCapital, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial, que denunciava as maracutaias da cobertura da Globo.  Quem não assinou sabe o que aconteceu, como o Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional em São Paulo, demitido por Kamel com requintes de crueldade.

Fonte: VIOOMUNDO - O QUE VOCÊ NÃO VÊ MÍDIA, do jornalista Luiz Carlos Azenha  

Antes que ela acabe com o País, vamos ACABAR com ela ! ! !


Emanuel Cancella: Que tal se, a exemplo dos norte-americanos, iniciássemos movimento contra a sonegação fiscal da Globo?

Globo sonega
                                                                       Globo ou o pau que dá em Chico dá em Francisco


por Emanuel Cancella*, via e-mail


A TV Globo sonegou o imposto de renda na transmissão da Copa do Mundo de 2002.

O cidadão comum cai na malha fina, muitas vezes por um erro fortuito na declaração. Já a maior emissora do país faz contrato em paraíso fiscal, para fugir das responsabilidades sociais, se apropriando de recursos públicos que iriam para a educação, saúde e obras de infra-estrutura.

Enquanto lesa os cofres públicos, a Globo entulha a mente dos brasileiros de porcarias e, como se fosse pouco, ainda torce contra o time da casa. Tem semeado o pânico e enfatizado notícias sobre investidores norte-americanos que vêm entrando com processos na Justiça contra a Petrobras.

A última delas foi uma ação coletiva, por iniciativa de moradores da cidade de Provance, que se sentiram lesados na compra das ações da empresa brasileira. No entanto, a queda no valor das ações de petróleo não está atingindo apenas a Petrobras. Shell, Chevron, Total, Gasprom e as demais estão tendo prejuízos imensos, com a queda do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

Que tal se nós, cidadãos e contribuintes brasileiros, a exemplo dos cidadãos norte-americanos, também iniciássemos um amplo movimento, por nos sentirmos lesados diante da sonegação fiscal das Organizações Globo? (ISTO É: vamos acabar com esta lástima que é a globo*)

Ou a Justiça cobra da Globo o que nos deve, com juros e correção monetária, ou vamos recorrer junto à Receita Federal exigindo isenção do pagamento do Imposto de Renda. Por que a trilionária Rede Globo pode sonegar?
A sonegação é a maior de todas as formas de corrupção. Trata-se da apropriação indevida de dinheiro que deveria ser destinado ao financiamento de escolas, hospitais públicos, creches, estradas, saneamento.

O Globo faz lobby em favor das empreiteiras de petróleo norte-americanas, alegando que as prestadoras de serviço brasileiras estariam sem moral para tocar nossas obras. O problema é trocar seis por meia dúzia. As multi do setor petróleo dos Estados Unidos são consideradas as mais sujas do mundo, inclusive responsáveis pelo maior vazamento de óleo do planeta, no Golfo do México.

A Globo estimula os acionistas da Petrobras a entrarem na Justiça, usando como exemplo os investidores de Nova Iorque, e parece muito pouco preocupada com as consequências disso. De fato, age como se fizesse parte do time das petrolíferas e demais empresas estrangeiras, prontas para se abanquetar, também, com as riquezas nacionais.

Ir à Justiça e defender seus direitos é prerrogativa de qualquer cidadão, no Brasil e no mundo. Mas, no caso da Globo, não existe inocência entre intenção e gesto. Há uma estreita conexão entre a intenção de destruir a Petrobras e as notícias divulgadas.

A Globo diz que já teria pago os impostos pela transmissão da Copa de 2002. Mas, cadê o Darf – recibo de pagamento? Já houve manifestação na porta da emissora cobrando que exibisse o comprovante, mas os donos da empresa desconversam.

Que moral tem as Organizações Globo para incentivar a entrega do nosso petróleo às empresas estrangeiras, escorada na crise que abala a Petrobras, se ela própria entulha porcarias na cabeça do povo e sonega impostos?

Ou a Receita Federal estende o direito a sonegação ao cidadão comum ou cobra de quem deve, e muito, a cada um de nós. O pau que dá em Chico, também dá em Francisco.

* Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)


ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto original, mas os destaques (inclusive da frase*na cor verde) são deste BLOGUEIRO.