A TelexFREE é acusada pelo
Ministério Público de praticar pirâmide financeira. Isto é, de sustentar seu
negócio não pela venda de produtos - que ela alega serem os pacotes de
telefonia via internet (VoIP) - mas pelo pagamento por novos associados de
taxas que remuneram quem os trouxe para a empresa. O caso Telexfree é de uma
pirâmide clássica, classificada como estelionato no Código Penal.
Há três hipóteses para veículos que
a defendem: desinformação; conhecidos que caíram no golpe e precisam recuperar
dinheiro; ou suborno. Sabendo-se que a empresa pode ter arrecadado mais de R$ 1
bi com o golpe, e que recorre a toda sorte de manipulações.
A revista Exame, da Editora Abril, tenta
legitimar o golpe, tratando-o como uma atividade comercial convencional. Na
matéria publicada no site, a revista analisa a recuperação judicial solicitada
pela Telexfree como suficiente para permitir a ela retomar as operações.
Não é nada banal. Trata-se da, até
agora, mais reputada revista brasileira de negócios. Não pode alegar
desconhecimento do tema, ainda mais depois de ter sofrido críticas em matérias
anteriores, do mesmo naipe.
As atuais matérias favoráveis à
Telexfree têm poucos e trágicos
antecedentes na chamada velha imprensa. Como matérias encomendadas por
bingos ou, no máximo, contratos para não publicar denúncias.
O que a TelexFREE tem a ganhar com a
recuperação judicial
Com as atividades travadas há 3 meses pela Justiça do Acre - o que não tem data para ter fim - a empresa abre agora uma janela que pode fazê-la voltar a funcionar
Com as atividades travadas há 3 meses pela Justiça do Acre - o que não tem data para ter fim - a empresa abre agora uma janela que pode fazê-la voltar a funcionar
Marco Prates, de
Wilson Dias/ABr
Funcionários da TelexFREE pedem
desbloqueio dos bens: depois de perder mais de 10 recursos no TJ-AC, no STJ e
até no STF, empresa quer voltar a atuar com as restrições da recuperação
judicial.
Pode parecer estranho comemorar um
pedido de recuperação judicial – recurso usado para tentar salvar empresas que
estão no fundo do poço - mas o otimismo presenciado nesta sexta-feira no
pronunciamento do sócio da TelexFREE, Carlos Costa, mostra o que a companhia
quer com a medida: desbloquear os próprios bens e voltar a funcionar.
O pedido de recuperação judicial da
TelexFREE chegou à Vara de Recuperação e Falência de Vitória (ES) na última
quinta-feira. Agora, o juiz responsável irá decidir se o aceita ou não. Como
decisões do tipo costumam ser rápidas, é possível que a resposta pode sair já
na próxima semana.
Nesse caso, a TelexFREE terá 60 dias
para elaborar um plano para pagar suas dívidas aos credores.
No pronunciamento que fez nesta
sexta, Carlos Costa (um dos diretores da empresa) não explicou qual o tamanho
destes débitos, nem mencionou exatamente quais seriam os credores.
Independentemente de quem sejam – bancos, a Receita Federal, ou fornecedores
diversos - eles terão 30 dias, após o prazo da TelexFREE, para dizer se aceitam
ou não o que ela sugerir.
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