A
INDEPENDÊNCIA QUE CONSTRUÍMOS
Delúbio Soares (*)
A
independência de nosso país é luta diária e incessante, é fruto do trabalho de
todos os brasileiros, não sendo presente ou outorga de poder algum. Ela tem
sido conquistada ao longo de nossa história por movimentos cívicos
inesquecíveis, que deixaram marcas indeléveis em nossa história e que crescem e
se agigantam com o passar dos tempos.
Nossa
independência é fruto do que – muito antes do 7 de setembro de 1822 – os
Inconfidentes de Vila Rica, com Tiradentes à frente, sonharam. Ela é obra dos
Confederados do Equador, dos destemidos Emboadas, dos Cabanos no Pará, dos
baianos no memorável 2 de julho, dos Abolicionistas contra a chaga da
escravidão, dos Pracinhas da FEB defendendo a liberdade nos campos da Itália,
dos que se levantaram contra a ditadura militar de 64 e perderam a liberdade ou
mesmo suas vidas, dos milhões que foram às ruas pelas diretas e forçaram o fim
do regime de arbítrio, dos que elegeram o primeiro operário para a presidência
do Brasil e dos que continuaram seu revolucionário governo levando uma mulher
ao Palácio do Planalto.
Nossa independência não são apenas as tropas
militares que desfilam garbosas nas avenidas do país na data comemorativa. Ela
está refletida de forma humana e imaculada nos 40 milhões de irmãos nossos que
deixaram a pobreza e se tornaram mais cidadãos. Nossa independência são os
filhos dos pobres, são os negros, são os indígenas, são os que encontraram
escancaradas as portas das universidades, antes reservadas à elite, através do
vitorioso Pro-Uni. Somos um país mais independente quando dezenas de milhões de
brasileiros comem. Comemoramos com mais razão o 7 de setembro quando a saúde –
e não importa de onde ela venha, através de médicos brasileiros, cubanos ou de
que nacionalidade seja – bate a porta dos que dela carecem.
Que importa o sacrifício pessoal ou a perseguição política,
se a missão foi cumprida? Derrotados não foram os que sonharam e lutaram, e
transformaram ideais em realidade. Derrotados são os que os perseguem,
escravizados pelo ódio e sedentos de vingança. Perderam a batalha quando se
colocaram ao lado de um país arcaico e injusto. Agora, também, perdem o trem da
história. O Brasil melhor, mais solidário e rico, o país onde os pobres
trabalham, frequentam as universidades, comem mais e melhor, compram casas e
viajam de avião, esse Brasil lhes é profundamente afrontoso. Porém, ele é o
país definitivo, o que não retrocederá em um milímetro sequer, o que
conseguimos construir com Lula e consolidar com Dilma.
Qual o Brasil independente? O que herdamos em 2003, após os
longos e improdutivos anos de Fernando Henrique Cardoso? Ou o que acumula
impressionantes avanços sociais e econômicos?
Discursos e argumentos, por mais transparentes e
honestos, jamais conseguirão demonstrar a realidade com a mesma força que a comparação
numérica e factual de dois Brasis, o do passado e o de hoje (e do futuro)
através de números que falam por si. No aspecto econômico nos tornamos a sexta
economia mundial, recuperando-nos de três quebras sucessivas ao longo de oito
anos do governo do PSDB. O PIB, em dez anos de governo do PT e partidos
aliados, saltou de US$ 500 bilhões para US$ 2,6 trilhões; e o PIB per capita
foi multiplicado de US$ 2,8 mil para US$ 13,3 mil. Em 2002 fabricávamos 1,8
milhão de automóveis anualmente, hoje fabricamos 3,4 milhões. A safra de grãos
saltou de 96,8 milhões de toneladas para impressionantes 187 milhões em 2013,
segundo estimativas ainda conservadoras. A inflação caiu de 12,5% no último ano
de FHC, para 4,7% em 2012, enquanto os investidores estrangeiros passaram a
acreditar mais no Brasil de Lula e Dilma no que no do tucano: US$ 70 bilhões
investidos na economia brasileira em 2012 contra apenas US$ 16 billhões em
2002. O desemprego despencou de 12,9% (FHC) para 4,7% (Dilma), e o salário
mínimo saltou de R$ 200,00 para R$ 678,00.
No plano social, os avanços foram extremamente
expressivos. São 40 milhões de brasileiras e brasileiros, que deixaram a
pobreza e ingressaram na classe média, explicitando um indicador importante:
ainda temos 12,8% de nossa população vivendo na pobreza, mas eram 26,7% da
população nos anos infames do neoliberalismo. A classe média não era mais do
que 37% em 2002, contra 50% nos dias de hoje. As matrículas no ensino
profissionalizante passaram de 565 mil em 2002 para quase 1 milhão em 2012. Os
estudantes de mestrado e doutorado dispunham de 35 mil bolsas de estudos no
último ano do governo do “Príncipe dos Sociólogos”. Ao final do governo do
operário Lula essas bolsas chegaram a impressionantes 100 mil! E os que
realizaram o doutorado, passaram de pouco mais de 6 mil para mais de 13 mil
brasileiros. O crescimento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) foi de tal
forma relevante que expectativa de vida do brasileiro aumenta cerca de quatro
meses a cada ano, igualando-se a média dos países mais desenvolvidos do
hemisfério norte.
E há outros dados da maior importância para a soberania
nacional e a independência de nosso país. Como, por exemplo, a queda da dívida
externa de US$ 165 bilhões para US$ 79 bilhões. Ou a espetacular multiplicação
por dez vezes de nossas reservas internacionais: US$ 36 bilhões ontem, US$ 360
bilhões hoje. Ou o salto em nossas exportações: US$ 60 bilhões em 2002 contra
os US$ 256 bilhões em valores de 2011. E há outros indicadores que sustentam a
certeza de que vivemos um país bastante melhor do que o que recebemos no
difícil ano de 2003, o primeiro do governo do presidente Lula.
O país que legaremos às futuras gerações e que oferecemos
aos de agora não é o país da mídia detratora ou da oposição impenitente e sistemática.
O Brasil justo, democrático e livre, cuja Independência se reafirma a cada dia,
é o da realidade expressa em fatos e números insofismáveis, irrespondíveis e
muito bem-vindos.
(*) Delúbio Soares é professor
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